Todos contra Anastasia


Por RENATO SALLES

16/09/2014 às 06h00- Atualizada 16/09/2014 às 09h49

Na última quarta-feira, o candidato a senador Josué Alencar (PMDB) veio a Juiz de Fora em mais um compromisso de campanha que teve por objetivo tornar seu nome mas conhecido em Minas Gerais. Tal desafio, entretanto, não é enfrentado apenas pelo peemedebista. Outros seis candidatos ao Senado pelo estado – Edílson Nascimento (PTdoB), Geraldo Batata (PSTU), Graça (PCO), Margarida Vieira (PSB), Pablo Lima (PCB) e Tarcísio (PSDC) tentam alavancar suas campanhas na disputa pela única vaga no Senado para Minas, sonhando em desbancar o ex-governador Antônio Anastasia (PSDB) do trono de favorito a levar a cadeira em disputa nestas eleições. De acordo com o último Datafolha, Anastasia tem 44% das intenções de voto.

Segundo colocado na mesma pesquisa, com 12%, Josué acredita que a vantagem de Anastasia se justifica pelo fato de o candidato ser conhecido por praticamente 100% dos mineiros. De fato, o tucano tem ocupado postos de destaque no cenário estadual nos últimos 12 anos, como secretário de Estado, vice-governador e governador. Enquanto isso, seus opositores exerceram atividades mais discretas como magistério, funcionalismo público e metalurgia. Mesmo o empresário Josué de Alencar, que tem como cartão de visita o fato de ser filho do ex-vice-presidente da República, José Alencar, não teve tanta exposição como o tucano.

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A despeito das pesquisas, Anastasia trabalha para consolidar o atual cenário e aposta na “dedicação, esforço, empenho e muito respeito ao eleitor e aos adversários”. Por outro lado, o objetivo declarado por Josué em se tonar mais conhecido para tentar uma virada de prognósticos é seguido por todos. Cientista política, Margarida acredita que os resultados dos levantamentos dos institutos de opinião ainda podem ser alterados. “Se examinarmos as pesquisas não estimuladas pelo nome dos candidatos ao Senado, veremos hoje uma enorme indefinição do eleitorado.”

Candidatos considerados menores, Tarcísio e Geraldo Batata também mantêm o foco. “Seguimos com o nosso trabalho visando as nossas bandeiras”, ponderou o concorrente pelo PSDC. Disputando pelo PSTU, Batata adotou o tom mais crítico à candidatura de Anastasia. “O ex-governador é um típico representante da elite rica e poderosa de Minas. É representante do atraso, dos interesses das empreiteiras que sugam os recursos do Estado e do país com obras superfaturadas.”

Apesar de os esforços dos concorrentes, Anastasia parece ter o caminho pavimentado para seguir os passos de seu mentor político: Aécio Neves (PSDB). Em 2010, Aécio, hoje candidato à Presidência pelo PSDB, deixou o Governo de Minas para disputar uma cadeira no Congresso. Como a candidatura presidencial tucana patina e corre risco de não chegar ao segundo turno, Aécio e Anastasia podem ser companheiros no Senado e integrar a bancada mineira ao lado de Zezé Perrela (PDT). De certa forma, o trio faz parte de um mesmo grupo político já que, em Minas, o PDT compõe o bloco que dá sustentação às candidaturas de Anastasia e de Pimenta da Veiga (PSDB) ao ao Palácio Tiradentes.

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