Servidores e Prefeitura irão retomar negociações

Há dez meses sem acordo, as partes decidiram pela reabertura da conversação em reunião marcada para o próximo dia 11; decisão se deu após ato dos trabalhadores ocorrido sexta-feira na Praça da Estação


Por Gracielle Nocelli

06/10/2017 às 11h10- Atualizada 06/10/2017 às 19h23

Foto: Leonardo Costa

 

Os servidores municipais e a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) irão retomar as negociações da campanha salarial deste ano na próxima quarta-feira (11). O encontro foi confirmado nesta sexta-feira (6), após os trabalhadores se reunirem em assembleia na Praça da Estação, no Centro, e seguirem para a sede do Executivo onde protocolaram o documento com o agendamento da reunião. O ato foi organizado pelo Fórum dos Servidores Municipais, composto pelos sindicatos dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu), dos Professores (Sinpro), dos Médicos (Sindmédicos), dos Engenheiros (Senge) e dos Arquitetos (Sinarq). A data-base das categorias trabalhistas é janeiro, mas, até o momento, as partes não chegaram a um acordo, o que motivou a mobilização.

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A concentração dos trabalhadores começou por volta das 9h. Por meio de cartazes e bandeiras, eles mostravam as principais reivindicações. Além da retomada da negociação salarial, a categoria pedia a sensibilização do Executivo para que não haja alteração na data de pagamento dos servidores para o 5º dia útil do mês seguinte, conforme proposto em decreto assinado pelo prefeito Bruno Siqueira (PMDB). Tradicionalmente, as categorias recebem no último dia do mês trabalhado. “Os trabalhadores já organizaram suas contas nestas datas. Num momento de crise, essa alteração de uma hora para outra é irresponsável, pois pode fazer o trabalhador se endividar ou receber multa”, pontuou o presidente do Sinserpu, Amarildo Romanazzi. Outra demanda é a convocação de servidores concursados que possam contribuir para o Fundo de Previdência. “Os profissionais contratados arrecadam para o INSS, e a falta de efetivos tem contribuído para a defasagem do Fundo”, avalia o sindicalista.

De acordo com a coordenadora geral do Sinpro, Aparecida de Oliveira Pinto, a Prefeitura estava se negando a receber os representantes do Fórum para dar continuidade às negociações. “Por isso, paralisamos as atividades para a realização deste ato.” Na última quinta-feira (5), véspera da mobilização, as lideranças dos sindicatos receberam um ofício da PJF com a proposta de retomar as conversas. Durante o ato, o documento foi lido e, em assembleia, os servidores votaram a favor do encontro e da permanência do Fórum dos Servidores Municipais à frente das negociações. As decisões se deram por unanimidade.

Após a votação, os servidores seguiram em direção à sede da PJF, na Avenida Brasil. No local, foi formada uma comissão do Fórum que esperava ser recebida pelo prefeito, mas foi atendida pela equipe de protocolo da PJF. Com o documento protocolado, a reabertura das negociações foi confirmada, e os participantes do ato dispersaram. De acordo com a organização, 1.500 pessoas participaram do movimento. A Polícia Militar não estimou o público.

Por meio de nota, a assessoria da Prefeitura informou que “a administração municipal reforça sua intenção de permanente diálogo com os sindicatos. Na semana passada, a Prefeitura agendou nova rodada de reuniões com os dirigentes sindicais, mas Sinserpu, Sinpro e Senge não compareceram. Ofícios para novas reuniões na próxima semana foram expedidos aos sindicatos novamente. Assim, a administração municipal espera que as negociações continuem.”

Paralisação
Com a adesão de 75% dos professores da rede municipal ao movimento, conforme estimativa do Sinpro, as aulas foram suspensas em parte das escolas da cidade. Segundo a assessoria da PJF, “cerca de 40% das escolas municipais funcionaram. Os demais serviços do município, inclusive na saúde, foram prestados dentro da normalidade”.

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