Vereadores querem mudar regimento


Por Gabriela Gervason

03/12/2014 às 07h35

A tensão que marcou a eleição de Rodrigo Mattos (PSDB) como presidente da Câmara para próximo biênio ainda não se dissipou. O tema foi debatido ontem à exaustão pelos vereadores. Jucelio Maria (PSB), Wanderson Castelar (PT) e Roberto Cupolillo (Betão, PT) defenderam alterações no regimento da Casa, para possibilitar a realização de debates públicos entre as chapas nos próximos pleitos.

Jucelio fez questão de frisar que não havia se comprometido com nenhuma das chapas encabeçadas por Rodrigo e Ana Rossignoli (PDT). Para isso, foi taxativo: “Se não ouvirem de mim é uma inverdade.” Na última segunda-feira, o vereador se absteve da votação, assim como Betão e Castelar. Este último, ao anunciar seu voto, teria sido chamado de traidor pelo suplente José Emanuel (PSC), que irá herdar a cadeira de Noraldino Júnior (PSC), eleito deputado estadual. “Um suplente diplomado apontou o dedo e me chamou de traidor. Não posso admitir isso”, afirmou Castelar.

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O foco dos discursos mais inflamados, entretanto, foi dirigido a outro petista. “Em quatro mandatos, já presenciei oito eleições de Mesa Diretora. Mas nada como um vereador da qualidade do Betão chama o processo de ‘farsa’. Houve total transparência. Tanto que, ao final, os dois candidatos se abraçaram”, afirmou o presidente da Casa, Julio Gasparette (PMDB). Ele destacou as dificuldades de se realizar debates públicos no início de cada legislatura. “Como os eleitos vão discutir se eles não têm tribuna para isso? Já existe eleição para escolher os vereadores. A Mesa é algo interno”, afirmou, lembrando que o atual processo é costurado em reuniões entre vereadores, inclusive, com a participação de empresários.

Isauro Calais (PMN) fez coro às palavras do presidente. “Tenho restrições a conversas fora da Casa. Mas, em alguns casos, é preciso. Eu mesmo já fiz reuniões em restaurante, por exemplo, para conversar sobre a Presidência da ALMG. Não cabe esse discurso radical”, disse o deputado estadual eleito. José Fiorilo (PDT) chegou a questionar o pleito de Betão. “Com discussão ou sem discussão, o senhor não votaria em nenhuma das chapas”, disse. O petista se defendeu: “Tentei viabilizar uma candidatura, mas o regimento não permite. O processo está errado. Que essa eleição sirva de aprendizado.”

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