Em entrevista à Rádio CBN JF, Aécio diz ainda não ter candidatura definida

Senador volta atenção para sucessão estadual, mas evita falar em nomes que podem encabeçar projeto de seu grupo político. Definição só deve ser conhecida no final de março


Por Renato Salles

01/02/2018 às 21h19

Em entrevista concedida nesta quinta-feira (1º) ao programa Pequeno Expediente, da rádio CBN Juiz de Fora, o senador Aécio Neves (PSDB) voltou a segredar sobre qual caminho deve seguir nas eleições de outubro. Com seu nome constantemente veiculado como possível candidato a buscar a reeleição ao Senado, ao Governo de Minas ou, até mesmo, para disputa uma cadeira legislativa na Câmara dos Deputados, o tucano afirmou que deve tornar pública sua decisão até o final de março, quando também deve ser batido o martelo sobre qual nome seu grupo político irá apoiar para a sucessão estadual. Neste sentido, Aécio não descartou nem mesmo a possibilidade de caminhar ao lado de um nome integrante de outra agremiação partidária.

“Estou em processo de conversa com todas as forças políticas que nos ajudaram a governar Minas por 12 anos. Até o final de março, acredito que temos uma definição. É preciso muita cautela. Se antecipo, estou direcionando esta decisão”, afirmou o ex-governador. Neste sentido, o senador deu a entender que, após ter se lançado candidato à Presidência em 2014, deve agora recobrar o foco na disputa eleitoral, a fim de tentar barrar uma possível reeleição do governador Fernando Pimentel (PT). “Sempre terei um papel nas questões nacionais, mas me preocupa muito o cenário de desgoverno ao qual chegou Minas Gerais. Darei minha contribuição para resgatar Minas Gerais deste grupo político que ocupou o Governo”, disse, uma vez mais, sem citar quem encabeçaria tal projeto.

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No âmbito nacional, o senador também foi reticente. Sobre uma possível candidatura tucana encabeçada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Aécio considerou que o paulista reúne condições de ser um nome que represente o centro e agenda de reformas que defende para o país, no entanto, pontuou que Alckmin ainda precisa reunir forças em torno de uma provável empreitada nas urnas. “Há espaço no Brasil para uma candidatura de centro e com compromisso com uma agenda reformista para colocar o Brasil em uma rota de crescimento continuado. O governador Alckmin tem condições de ser candidato, mas ele tem que conseguir falar ao Brasil e convencer que será capaz de liderar este projeto.”

Por fim, Aécio defendeu as reformas que entraram na pauta do Governo a partir da chegada do presidente Michel Temer ao Palácio do Planalto. “Não tenho dúvidas que a reforma do Estado brasileiro, a reforma trabalhista, o teto de gastos e a reforma da Previdência são essenciais para que nós resgatemos o crescimento da economia e o emprego. O candidato que abraçar esta agenda terá enormes condições de vencer as eleições. A reforma da Previdência, que é um assunto espinhoso, é necessária. Se não fizermos esta reforma, em dez anos, não teremos condições de honrar os compromissos com os aposentados atuais e aqueles que vierem a se aposentar neste período, declarou o senador.

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