Novo técnico do Tupi quer criatividade nas contratações e ousadia nas ações

Em apresentação oficial, Alexandre Barroso diz que quer fazer um Estadual de qualidade e, na pior das hipóteses, chegar à semifinal


Por Bruno Kaehler

31/10/2017 às 16h49- Atualizada 31/10/2017 às 19h33

Barroso volta para Juiz de Fora após estudar o ensino médio no Granbery, em 1982 (Foto: Olavo Prazeres)

Com discurso ousado, o novo técnico do Tupi, Alexandre Barroso, 54 anos, foi apresentado na tarde desta terça-feira (31), na sede social carijó. O profissional, que terá o remanescente Ricardo Leão como auxiliar, revelou já ter conversado com o clube outras duas vezes e que o sucesso na terceira tentativa veio por possível projeção profissional.

“Se tratando de clubes que não são da capital, muito provavelmente nenhuma outra agremiação tem a vitrine, a relevância, a contundência e a tradição do Tupi. O Tupi tem uma mística, trabalha muitas vezes contra todas as expectativas e alcança objetivos que muitas vezes estão fora da curva. Isso tudo fez com que eu entendesse que é um bom momento para agregar no currículo a história e imagem do clube”, relatou Barroso.

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“Se fizermos o que todo mundo faz, chegaremos onde já chegaram. Isso não interessa para mim. Deveremos ter um pouco mais de criatividade nas contratações, ousadia nas ações, ser extremamente profissionais para trabalhar com as limitações de pessoal e dinheiro”

O novo comandante do Galo abordou diferentes temas em respostas à imprensa e, inicialmente, minimizou as dificuldades financeiras e estruturais do clube ao reiterar que não é exclusividade carijó, mas garantiu que a diretoria e comissão técnica necessitarão de originalidade na formação do elenco. “Se fizermos o que todo mundo faz, chegaremos onde já chegaram. Isso não interessa para mim. Deveremos ter um pouco mais de criatividade nas contratações, ousadia nas ações, ser extremamente profissionais para trabalhar com as limitações de pessoal e dinheiro. Os problemas do Tupi, em relação aos outros times, só mudam de endereço e patamar econômico. Eles não me afligem.”

Metas e “obrigação”

Barroso admitiu ainda que o novo sistema de disputa do Mineiro, em que oito dos 12 participantes avançam ao mata-mata, faz com que o Galo tenha uma obrigação de ir às quartas de final da competição. “O Tupi pretende fazer um Estadual de qualidade, e meu objetivo é, na pior das hipóteses, chegar à semifinal. Depois, tudo pode acontecer. E evidentemente, o maior objetivo é chegar à Série B, que te faz estar em outro patamar”, destaca. Há, inclusive, previsão de prêmios no contrato de Barroso por conquistas. O Estadual começará no dia 17 de janeiro de 2018, e a equipe deve começar os treinamentos no dia 1º de dezembro.

“Acho que o Tupi em Juiz de Fora deve ser uma equipe assertiva e que proponha o jogo”

Filosofia de trabalho

O elenco deverá ser mesclado entre atletas jovens e mais experientes. Em campo, a tendência é que o grupo trabalhe para ter a posse de bola. “Acho que o Tupi em Juiz de Fora deve ser uma equipe assertiva e que proponha o jogo. Temos um estádio com boas dimensões e um campo excelente para jogar. Mas evidentemente que a maneira de jogar é refém da qualificação dos jogadores.”

Relação com a cidade

“Estudei no Granbery, passei no vestibular de educação física na UFJF, mas fui estudar em Belo Horizonte. Foi um período muito interessante na minha vida e guardo amigos até hoje. Claro que a cidade mudou completamente, morava na antiga Avenida Independência, hoje Itamar Franco, no São Mateus. E sei que a cidade respira futebol e tem uma característica muito interessante: tem personalidade. Falo como belo-horizontino. É uma cidade que se interpõe a BH, embora não seja capital do estado, mas que possui uma relevância política e cultural muito interessante. Acho que Juiz de Fora está deslocada no cenário do esporte brasileiro. Claro que o time de vôlei pesa muito, mas acho que a cidade precisa ter mais contundência esportiva. E o Tupi é o caminho para isso. De 1982 para cá são muitos anos, mas me lembro de uma cidade mais pacata, tranquila, tinha um pastel da Mexicana fantástico! Ainda tem? Tenho que voltar! Namorava uma menina de BH, e o avô dela era do Bairro Benfica. Tenho comigo uma relação afetiva, mas sei que isso não segura treinador. Vivemos de trabalho e resultados.”

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