Pré-jogo muda rotina e clima das ruas de Juiz de Fora
As ruas da cidade no início da tarde dessa quarta-feira (27) foram tomadas por uma multidão descompassada, com pedestres e motoristas mais apressados que o habitual. Imersos em atmosfera festiva, daquela que contagia o coletivo independente do interesse individual, torcedores ocuparam as horas pré partida Brasil x Sérvia em busca do que ainda é possível comprar para potencializar a torcida. Afinal, não se pode dar sorte ao azar e, aos convictos, qualquer apetrecho verde-amarelo faz diferença.
No sol quente do pós meio-dia, a busca pela sombra no ponto de ônibus denuncia a espera da operadora logística Fabíola Cristina de Almeida. Seu aguardo, contudo, não é símile ao de quem enxergou, nesta quarta-feira, um final de semana antecipado. “Estou esperando o ônibus para o meu trabalho. Vamos parar para a assistir ao jogo, na empresa mesmo, mas depois voltamos normalmente”, conta a torcedora, que foi certeira em seu palpite: 2 a 0 Brasil. Após hesitação inicial em relação à campanha brasileira no começo da Copa, Fabíola se rendeu e comprou uma camisa, com os dizeres: “É Campeão, Brasil!”.
Na correria do início da tarde, a estudante de psicologia Beatriz Ribeiro de Paula junto com outras duas amigas aguardava o ônibus para a universidade. Palco de exibição dos jogos do Brasil na Copa, a Praça Cívica da UFJF tem reunido a torcida jovem e aumentado a empolgação das estudantes. “Está todo mundo indo para o campus. Vai estar muito bom. O último jogo eu não vi lá porque estava na minha cidade, mas um amigo me disse que tem ficado animado. Estamos revezando, e hoje vai ser lá”, comenta a estudante, completando que é preciso ter fé na classificação da Seleção para as próximas fases.
Aos inicialmente desacreditados, a TV do bar esquina trouxe boas novas com o apito final do jogo entre Coreia do Sul x Alemanha. Com a eliminação precoce dos alemães, o grito dos juiz-foranos brindou uma espécie de redenção do 7×1 em 2014: estaria o Brasil mais próximo do Hexa? Parte do restauro da crença no futebol brasileiro parece se desenhar nesta Copa.
Para o militar Sebastião Vieira Júnior, a precaução que teve ao torcer nos primeiros jogos da Seleção mudaria com a vitória brasileira contra a Sérvia. Com o filho Davi, 4 anos, no colo, Sebastião estava confiante na classificação da Seleção para as oitavas de final. “Eu acredito que semana que vem vai estar mais animado. Vamos assistir em algum lugar com mais movimento e mais emoção”, garante. O pequeno Davi, por sua vez, não se mostrou tão seguro quanto o pai e apostou em um empate de 0x0. Entretanto, com a simplicidade de qualquer criança nessa idade, opina: entre Philippe Coutinho e Neymar, ele é Brasil.