‘Será uma final de muita luta’, diz Athirson sobre a Libertadores

Flamengo encara o River pela decisão da Copa Libertadores, às 17h deste sábado, em Lima, no Peru


Por Tribuna

22/11/2019 às 19h34- Atualizada 22/11/2019 às 19h35

Athirson, que organiza jogo beneficente em JF em dezembro, concedeu entrevista exclusiva à Tribuna e avaliou a decisão em Lima (Foto: Fernando Priamo)

Em grande fase, sem perder desde agosto e com a maioria de torcedores eufóricos, o Flamengo tenta escrever, neste sábado (23), um dos capítulos mais bonitos de sua história centenária. Em Lima, no Peru, o Rubro-Negro encara o River Plate pela decisão da Copa Libertadores, às 17h, no Estádio Monumental. À Tribuna, o ex-lateral-esquerdo do time carioca, Athirson, que organiza jogo beneficente em Juiz de Fora no próximo dia 14, no Estádio Municipal, projetou o embate entre dois dos clubes mais tradicionais do continente.

“Será uma final de muita luta. De muita entrega. Acredito que seja de muito espaço, de muitas jogadas ofensivas. Que não vai ser um jogo feio, fechado. Tanto o River quanto o Flamengo jogam para frente. Intensidade de um lado, intensidade de outro. Uma catimba muito grande do lado da Argentina. O Flamengo tem jogadores muito experientes, que evitam cair nesse problema. Os argentinos provocam muito. Eles fazem aula na escola (risos). Perdi uma final para eles pelo Cruzeiro na Libertadores. Vai ser um jogo muito equilibrado. Dois a zero para o Flamengo (risos). Sou Flamengo, pô”, brinca o ídolo rubro-negro.

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Ansioso pelo duelo, Athirson rememorou a decisão do Campeonato Brasileiro de 1987, contra o Internacional, ao reiterar sua paixão pelo clube carioca. “Sempre quando posso, vou aos jogos. Gosto muito. Torço muito. Me embolo na torcida. O meu pai me ensinou. Na final de 1987, vi o jogo de dentro de um banheiro. Havia uns buraquinhos para circular ar. Em cima do anel. Não tinha mais como entrar no Maracanã, porque estava lotado. À época, não tinha muito controle. Tinha mais de 180 mil pessoas. E não tinha mais como entrar. Meu pai falou: ‘Vamos no banheiro’. Ele me colocou em cima do mictório e fiquei em pé, olhando. Tinha dez anos. Vi o Bebetinho fazer o gol no Taffarel. Pulei em cima do banheiro todo cheio de xixi (risos). Queria saber de mais nada, somente comemorar. Quando tenho possibilidade, levo também as minhas filhas. Elas não vão tanto quanto eu porque há muitas dificuldades hoje em dia em relação a ingressos. É uma paixão.”

Jorge Jesus e elenco

Admitindo ter encerrado sua curta carreira como treinador, Athirson ainda foi questionado sobre o sucesso de Jorge Jesus no comando do Flamengo. Antes de falar sobre o português, o ex-lateral elogiou treinadores brasileiros. “O Renato, no Grêmio, montou um time muito bom. O Grêmio foi, por dois anos, uma referência de grande time, que jogava um futebol bonito. Campeão da Libertadores. O Mano Menezes, no Cruzeiro, por exemplo, também fez isso muito bem. O Tiago Nunes, no Athletico. É lógico que alguns clubes têm as suas particularidades. Alguns treinadores gostam de propor o jogo e outros gostam de jogar de maneira reativa. O Roger (Machado) monta elencos muito bem, como no Grêmio e no Palmeiras. Por que o Palmeiras não deu continuidade? A proposta de jogo do Felipão não é de propor o jogo. Não é de buscar a vitória por meio do jogo bonito. É por transição. Essa forma nunca vai ser bonita”, opina.

Para ele, os méritos de Jorge Jesus devem ser divididos com a chegada dos laterais Rafinha e Filipe Luís, do volante Gerson e do zagueiro Pablo Marí durante a temporada. “Quando chegaram os quatro no meio do ano, encaixaram em um perfil maravilhoso. ‘Ah, mas com o Abel jogava feio’. Tudo bem, mas sem os quatro, mesmo com o Jesus, o Flamengo não jogava tão bem. Teve dificuldades, principalmente no início. Ele mudou o sistema tático colocando dois atacantes fixos, o que não é uma característica do nosso futebol nem dos nossos jogadores. Ele foi tendo as suas particularidades, mas pegou um time pronto, maduro. Encaixou as peças e, no meu ponto de vista, o que me agrada muito e que não tinha visto nenhum time brasileiro fazer, é a intensidade na marcação sobre o portador da bola. E foi isso o que fez o Flamengo crescer, porque ele exige a intensidade na marcação. Isso traz o equilíbrio.”

Força máxima em campo

Lima (Gazeta Press) – Campeão em 1981, o Rubro-Negro passou sem sustos pelo Grêmio nas semifinais, mesmo empatando por 1 a 1 na ida. Isso porque goleou por 5 a 0 na volta, no Maracanã. Em termos de escalação, a equipe não tem problemas e vai repetir o time que todos os torcedores já conhecem, formada por Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Mari e Filipe Luís; Willian Arão, Gerson, De Arrascaeta e Everton Ribeiro; Bruno Henrique e Gabigol.

Já o River Plate, comandado por Marcelo Gallardo, deve iniciar a partida com Armani, Gonzalo Montiel, Martínez Quarta, Pinola e Milton Casco; Enzo Pérez, Nacho Fernández, Exequiel Palacios e De la Cruz; Rafael Borré e Matías Suárez.

Escalação do Flamengo não deve ter novidades na decisão (Foto: Marcelo Cortes/Flamengo)

Os argentinos são os atuais campeões da competição e um dos times mais regulares dos últimos anos. O River Plate eliminou o Boca Juniors nas semifinais, no superclássico da Argentina. Ganhou por 2 a 0 em casa e foi derrotado por 1 a 0 como visitante. Está na final da Copa da Argentina e é o atual quarto colocado do nacional.

“Estamos indo para uma decisão em que os dois times chegam com 50% de chances de ser campeão. Ambos passaram por grandes dificuldades para chegarem a esta final e chegaram com grande merecimento. Justamente por conta disso que sabemos que vamos ter muitos problemas para conseguirmos impor o nosso estilo e garantir o troféu”, afirmou o goleiro Diego Alves.

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A torcida do Flamengo, porém, ignora a força do adversário e está em clima de festa. A ida da delegação até o aeroporto foi histórica e o número de brasileiros no Peru com ingresso para a final é enorme. Nem mesmo a mudança do palco do jogo, retirado do Chile por conta da crise política do país, intimidou os flamenguistas.

O respeito entre os times é recíproco. O treinador do River Plate, Marcelo Gallardo, sabe a qualidade do rival que terá pela frente. “Vamos enfrentar um time muito poderoso, com jogadores de alto nível e com um treinador que chegou para revolucionar o clube. É um adversário qualificado. Porém, também temos os nossos pontos fortes”, disse Gallardo.

Caso a partida deste sábado termine empatada no tempo regulamentar, acontecerá uma prorrogação de trinta minutos. Persistindo a igualdade no tempo extra, o campeão será conhecido nas cobranças de pênaltis. O vitorioso se garante no Mundial de Clubes, que acontecerá em dezembro.

Tópicos: futebol

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