Tupi negocia com Moacyr Júnior


Por Tribuna

20/09/2016 às 07h00- Atualizada 20/09/2016 às 10h47

Estevam Soares comandou o Carijó por 19 rodadas (Leonardo Costa)

Estevam Soares comandou o Carijó por 19 rodadas (Leonardo Costa)

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O experiente Moacir Júnior vem negociando seu retorno ao Tupi e pode ser anunciado como o novo técnico do clube juiz-forano para as últimas 12 rodadas da Série B do Campeonato Brasileiro. A definição deve acontecer ainda hoje, visto que restam detalhes para que o acordo seja selado. A mudança de comando no Galo Carijó ocorre após a cúpula do Tupi ter se reunido na noite do último domingo, um dia depois do empate sem gols com o Oeste, em Osasco, e definido a demissão do então treinador do Alvinegro, Estevam Soares, anunciada oficialmente em nota da agremiação na manhã de ontem.

Moacir Vieira de Araújo Júnior, 49 anos, acaba de encerrar sua quarta passagem no Tombense (MG), após quinta colocação na fase classificatória da Série C. Seu nome é sempre ventilado em reuniões da diretoria alvinegra, que vê no profissional um perfil motivador, que se enquadaria no cenário atual da equipe na Segundona. A direção não confirma, mas a negociação se arrastou durante a segunda-feira na busca de consenso em alguns pontos. Além de uma readequação salarial, Moacir teria solicitado a companhia de seu auxiliar técnico, Altair Coimbra, e preparador físico, Leonardo Cupertino. A diretoria carijó, contudo, prioriza a manutenção de sua comissão técnica permanente, integrada também pelo auxiliar Júlio Cirico e preparador físico Renê Carlos. Se confirmada, esta será a terceira passagem de Moacir Júnior pelo Galo, que já comandou em 2007/2008 e 2012. O técnico ainda possui no currículo clubes como América Mineiro, Boa Esporte (MG), Criciúma (SC), ABC (RN) e Náutico (PE).

A mudança foi comentada pelo experiente capitão carijó, o volante Renan, trazido ao clube por indicação de Estevam. “Não esperava. Cheguei aqui e tínhamos um grupo de jogadores e, na saída do Estevam, temos um grupo completamente diferente. Claro que no futebol muitas vezes temos que andar ao lado dos resultados e, muitas vezes, não foram o que esperávamos, apesar de ter sido melhor do que o treinador anterior, mas isso nos pegou de surpresa. Faltam dois meses para acabar o campeonato. Pode chegar o Mourinho (técnico do Manchester United, da Inglaterra) aqui amanhã, mas não vai ter tempo de mudar a filosofia. É muito mais a parte emocional então, até porque, taticamente falando, jogamos em quase todas as formações. O principal é que o novo treinador venha nos dar esperança de melhores resultados.”

‘Fiquei abismado’, diz Estevam

Com exclusividade à Tribuna, o técnico Estevam Soares relembrou como recebeu a notícia de sua saída e contou, ainda, que a escalação do meia Vinicius Kiss, lesionado, teria contribuído na decisão. O atleta foi substituído no início do duelo contra o Oeste e teria viajado em tais condições, obtendo escalação bancada pelo comandante. “Terminamos o jogo, e é normal empatar com o Oeste lá. Fiquei em São Paulo, iria me apresentar na segunda à tarde. Por volta de 22h recebo um telefonema do Gustavo comentando que houve uma reunião e que definiram. Fui pego de surpresa porque foram três meses e meio de trabalho e cheguei aqui com o clube obtendo um aproveitamento de 12%, e tivemos em torno de 40%. Pegamos um elenco completamente destroçado, desequilibrado física, tática e tecnicamente. Arrumamos ele, hoje o departamento médico está sanado, fizemos contratações pontuais como o Octávio, Renan, Gabriel (Santos), o elenco está pronto. Falou-se alguma coisa que o Kiss tinha sido vetado e colocamos ele para jogar, mas foi aprovado pelo diretor executivo e preparador físico, que fez duas avaliações antes do jogo. É conversa mole”, relatou Estevam.

Médico e vice-presidente de Futebol do Tupi, José Roberto Maranhas explicou a decisão discordando do ex-técnico carijó. “Havíamos vetado o Kiss da viagem porque o atleta não tinha condições de jogo, mas o Estevam pediu para levar o jogador para compor elenco ou algo assim. Disse que não aconselharia escalá-lo porque teria que sair com dez minutos de jogo, o que aconteceu, mas por certa teimosia, acabou levando ele para campo. Mas isso não justifica a demissão, é um motivo secundário. O principal é que precisamos vencer e o time não consegue passar do meio-campo. Necessitamos trazer alguém que faça o time jogar, até porque só temos defendido no campeonato”, justificou.

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Estevam, que comandou o clube em 19 jogos, acumulando cinco vitórias, sete empates e sete derrotas, lamentou, por fim, o desfecho de sua trajetória na cidade. “Não esperava. Se o que fizemos nesse período em termos de trabalho físico, disciplinar, em motivação, o elenco está completamente compenetrado, então não entendo. Achamos que já vimos de tudo, mas não, sempre tem algo a mais. Estamos a seis pontos de sair, mas tem 36 em disputa e tinha a comissão técnica e elenco em minhas mãos”.

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