Projeto Geração do Futuro já revelou diversos craques e mantém viva paixão pelo futebol

No Dia Nacional do Futebol, a Tribuna presta uma homenagem ao esporte através do projeto Geração do Futuro, que reúne mais de cem meninos de 6 a 17 anos


Por Marcio Santos

19/07/2017 às 06h00- Atualizada 19/07/2017 às 08h15

Meninos de 6 a 17 anos desafiam as dificuldades no dia a dia de treinamento, debaixo do sol e sob poeira na Zona Norte (Foto: Felipe Couri)

Nesta quarta-feira, 19 de julho, é celebrado o Dia Nacional do Futebol. Para os amantes desse esporte, todo dia é dia de futebol, que, apesar de ter as suas 17 regras respeitadas, não segue nenhuma formalidade. Tanto que é praticado em qualquer piso onde a bola possa rolar – ruas, calçadas, campinhos com pouca grama, areia de praia e, principalmente, no campo de terra, onde craques de todas as idades desfilam o seu talento em busca de diversão ou do estrelato.

Em Juiz de Fora, entre vários campinhos de terra, o da Associação Atlética Barreira, no Bairro Novo Triunfo, na Zona Norte da cidade, reúne mais de cem meninos de 6 a 17 anos, que desafiam as dificuldades no dia a dia de treinamento, debaixo do sol e sob muita poeira sob o comando de quem conhece e se dedica ao futebol há 36 anos.

PUBLICIDADE

Rogério Passos, 54 anos, ex-jogador do Sport Club Juiz de Fora, quando era treinado por Sidney Vieira (do Bar do Futrica), com quem aprendeu a organizar times de futebol mirins, hoje comanda o Geração do Futuro. O projeto já revelou verdadeiros craques, como o lateral-direito Danilo, bicampeão da Liga dos Campeões da Europa com o Real Madrid da Espanha, o volante Hudson, hoje no Cruzeiro, o meio-campo Vitinho, do Botafogo Ribeirão Preto, o zagueiro Lino, do Juventude-RS, Wiliam Toto, ex- Botafogo-RJ e hoje no futebol de Portugal, entre outros que atuaram em grandes clubes.

Para Rogério, as dificuldades no domínio da bola nos campos de terra fazem com que os garotos se esforcem mais e com isto, quando chegam no gramado eles estão mais acostumados com as dificuldades. Por isso, o treinador considera o talento nos campos de terra um dom natural do brasileiro e o que ele faz é apenas aprimorar esse dom.

“Não digo que ensino os meninos. Mas sim lapido suas habilidades que demonstram em campo. Mas tomo muito cuidado para não iludir ninguém com o sonho de ser jogador de futebol. Sempre deixo claro para eles atrelarem os estudos com o futebol, pois eu não tenho o poder de dizer que vão ser jogadores, apesar de já ter surgido muitos talentos”, relata.

Este tem sido o caminho trilhado por João Gabriel da Silva, 10, há quatro treinando no campo de terra com Rogério Passos. Morador do Bairro Novo Triunfo, o garoto, que joga como meio-campo, tem o campinho como o quintal da sua casa e por isso se diz adaptado aos treinamentos no piso irregular. “Os treinos aqui são bons para melhorar meu condicionamento físico e meu desempenho. Eu espero estar cada vez melhor para um dia chegar a ser um jogador profissional”, sonha.

 

Capacidade técnica estimulada nos jogos na rua e campos de terra

Rogério Passos, que comanda o projeto que já revelou diversos craques, considera o talento do brasileiro nos campos de terra um dom natural (Foto: Felipe Couri)

Para o juiz-forano Alex Nascif, atual auxiliar-técnico do Cuiabá, que disputa a série C do Campeonato Brasileiro, e um estudioso do futebol, com pós-graduação em ciência do Esporte pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e em futebol pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o futebol brasileiro tem uma carga cultural e social muito grande.

Segundo ele, a capacidade técnica é muito desenvolvida nos campos de pelada, nos jogos nas ruas e campos de terra. No entanto, Nascif acredita que, para se tornar um jogador de futebol, não basta ter apenas o talento natural, pois o esporte exige uma capacidade técnica refinada.

O conteúdo continua após o anúncio

“O que se vê no futebol dos campos e das ruas é uma capacidade técnica básica, por isso é necessário um treinamento específico, pois no futebol profissional o atleta não terá tempo para treinar esses fundamentos.

Temos estudos que mostram que em qualquer área do desenvolvimento humano a pessoa precisa de pelo menos 10 mil horas no seu currículo de formação para atingir a expertise.” Sendo jogador de futebol profissional, o brasileiro faz desse esporte uma verdadeira paixão nacional.

gal.1gal.2gal.3gal.4gal.5gal.6
<
>

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.