Boxeadora Beatriz Ferreira vai em busca de uma vaga na Olimpíada de Tóquio


Por Tribuna

14/07/2017 às 07h00

Em total sintonia com o pai-técnico, Sergipe, Bia treina com dedicação e avisa: “Quero ter uma medalha olímpica e sei que sou capaz disso”. Foto: Leonardo Costa

Vinte e quatro anos, 17 lutas de invencibilidade, atleta da Seleção Brasileira e detentora de títulos internacionais nas primeiras experiências fora do Brasil. A baiana Beatriz Ferreira, a Bia, faz do amor pelo boxe seu combustível para realizar o sonho de disputar a Olimpíada de Tóquio, em 2020. Para isso, a jovem aposta nos ensinamentos do pai Sergipe, em Juiz de Fora, com a meta de elevar seu nível técnico e aumentar as conquistas pelo país.

“Tenho um dom, tá no sangue. Pelo meu pai ter gostado tanto, mas não ter conseguido muitas oportunidades, dou muito valor às chances que alcanço. E é bom a gente fazer o que gosta. Me sinto diferente. Parece que nasci para isso. Não sei explicar porque amo o que faço e nunca fiz algo que não gosto.

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Acho que quando isso acontece com o esporte e você se dedica, só colhemos frutos bons”, opina Bia, campeã do 55th Belgrado Winner, na Sérvia, em abril deste ano, e logo depois, em junho, do Torneio Continental, em Honduras, duas das principais competições da modalidade, na categoria leve (60kg).

Bia acumula também resultados como o de campeã paulista na mesma categoria, além de torneios regionais e Jogos Abertos. Todo o histórico a credenciou a defender a Seleção Brasileira como titular, sua “primeira meta”. “Estou muito feliz de ter sido convocada, acho que todo mundo do boxe quer chegar nesse patamar, o mais alto, e espero seguir com vitórias para conseguir muitos títulos. Me preparei muito porque meu foco é Tóquio 2020. Quero ter uma medalha olímpica e sei que sou capaz disso. Tenho um treinador excelente e esse dom diferenciado que vai muito ao meu favor”, relata a boxeadora.

Seu técnico, aliás, não foi escolhido por acaso. Sergipe é ex-boxeador e natural de Salvador (BA), assim como sua filha, que treina em academia juiz-forana. Com um sorriso no rosto, ele relembra os primeiros jabs de Bia. “Ela tinha 4 anos e ia na minha garagem, onde eu treinava os meninos que queriam aprender comigo por eu ter sido lutador.

Lá coloquei uns três sacos de pancada, e ela descia quando ouvia o barulho dos treinos e ia praticar. Percebi que tinha talento desde que começou a insistir. Eu falava para os meninos ‘jab e direto’ e ela também fazia. Então fui ajeitando para que ela servisse de exemplo para os outros. Em todas as minhas lutas de Campeonato Baiano, por exemplo, ela estava lá. Já nasceu com o dom.”

Filha de peixe

Sem apoio na cidade, Bia está treinando em São Paulo à serviço da equipe brasileira, para receber não apenas os treinamentos, como monitoramento médico em melhor estrutura. “Sempre treino em casa porque tem meu pai que me conhece muito bem e sabe o que precisa explorar no meu boxe. Mas agora sirvo à Seleção, e eles possuem fisioterapeuta, tudo que aqui eu tenho que pagar”, explica a boxeadora, que deve voltar a entrar no ringue em agosto, no Campeonato Mundial Open Boxe, que será realizado em Hamburgo, na Alemanha.

Apesar da distância, Sergipe não economiza elogios ao profissionalismo da filha. “Acho que Bia tem um grande futuro pela frente. Mas tudo depende de ajuda. Ela já era para estar bem adiantada porque tem um boxe fora do normal. Eu tenho dois títulos brasileiros, trabalhei com o Popó (Acelino Freitas), por exemplo, e sabia que Bia tinha uma capacidade de explodir. Na minha experiência, acho que ela vai bem longe, mas tudo depende de sorte e patrocínio. Ela está com uma perna na Seleção Brasileira, mas mesmo assim precisa de apoio. É promessa de medalha para 2020.”

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