Apresentado no Tupynambás e com costela fraturada, Paulo Campos lembra Real Madrid

Técnico brinca com currículo e cita superação ao reiterar vontade de ajudar o Baeta a chegar nas quartas de final do Mineiro


Por Bruno Kaehler

13/03/2019 às 19h47- Atualizada 13/03/2019 às 20h25

Trabalho no Real Madrid de Ronaldo Fenômeno, Roberto Carlos, Zidane e outras lendas do futebol mundial. Experiência em 12 países diferentes durante 42 anos de carreira como técnico de futebol. O novo treinador do Baeta, Paulo Campos, foi apresentado na tarde desta quarta-feira (13), antes de comandar o primeiro treino no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, na preparação para o duelo contra a Caldense, domingo (17), às 11h, em Poços de Caldas. Bem humorado, o profissional se mostrou motivado, citou a curiosidade dos jovens com trabalho no Real Madrid e revelou que retorna a Juiz de Fora com uma costela fraturada.

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Ao justificar a opção de vir para o Leão do Poço Rico, Campos elogiou a ambição do clube em buscar o mata-mata do Campeonato Mineiro, após ter evitado a luta contra o rebaixamento, e o fato de conhecer a cidade. Após passagem no Tupi em 2014, o treinador se vê ainda mais capacitado nesta temporada, mesmo tendo passado, nos últimos anos, por problemas de saúde.

“Acho que voltei melhor. Volto mais experiente, com mais vontade. Fiz 62 anos, sendo 42 como treinador profissional, 12 países. É muita coisa. A cada ano me sinto melhor. E não é porque temos problema de saúde, tive câncer de pele no rosto, um melanoma perigoso, a cirurgia me curou; um infarto ano passado, coloquei um stent na coronária. E agora estou com uma costela fraturada, de um jogo de masters em São Paulo, numa jogada em que até fiz o gol em uma cobrança de falta que eu sofri! Durante um mês e meio tenho que segurar. Mas devo agradecer a Deus porque ele faz com que eu passe pelas dificuldades. E esse trabalho no Tupynambás será um degrau maravilhoso que eu tenho que alcançar nessas duas partidas em conjunto com os atletas, torcida e diretoria. Fazer com que a gente possa levar o Tupynambás para a fase seguinte. Aí vou dizer ‘valeu’. O dia que deixar o clube vou sair melhor. E quando voltar, ainda melhor, porque a vida é isso”, destrincha Campos.

Real Madrid desperta curiosidade

A passagem de Campos como auxiliar técnico de Vanderlei Luxemburgo no Real Madrid em 2005 também foi parte das primeiras conversas com o elenco. “Os mais experientes já me conheciam. Os mais jovens estavam meio atônitos, querendo saber ‘nossa, como deve ter sido trabalhar com o Zidane, hein!’. Se os jovens apresentarem maturidade, independente da idade, e futebol, o clube vai estar satisfeito. E os jogadores experientes vão carregar. Se os jovens tiverem a mesma pegada, você vai ter uma equipe forte”, diz.

Paulo Campos conversou com os atletas antes do treino no Municipal (Foto: Bruno Kaehler)

Semelhanças com 2014

No comando do Tupi, há cinco anos atrás, Campos chegou, curiosamente, a quatro rodadas do fim do Campeonato Mineiro com objetivo de classificar o Carijó às semifinais da competição. O clube acabou em quinto lugar na tabela, mas venceu duelo da Copa do Brasil contra o Juazeiro, fora de casa, e avançou de fase neste torneio. O treinador recordou a passagem e admitiu as similaridades.

“Boa lembrança. São desafios que acontecem a cada momento. Futebol não é uma receita de bolo. Você não pode dizer que, teoricamente, o sistema que eu utilizava naquela época será o mesmo de agora. Depende da característica dos jogadores. E eles são diferentes. Se bem que tem alguns que jogaram comigo naquela época (Núbio Flávio e Ademilson). Parece até que o momento é igual. Mas a gente usa a experiência que teve naquele ano para que agora seja melhor ainda. Nascemos para passar por desafios. Eu, pessoalmente, com meus problemas da idade, físicos, estou mais ativo que nunca. É um desafio pelo qual estou passando, por que o Tupynambás não pode passar nesse grande desafio? Vamos seguir”, comenta.

Auxiliar efetivado, e Pimenta fora

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Ex-técnico do projeto de base da UFJF e estagiário do Tupynambás nesta temporada, o profissional Bruno Peterson foi efetivado como o auxiliar técnico de Paulo Campos para as partidas restantes do Estadual. O treinamento no Estádio Municipal, marcado por muitas orientações de Campos, não contou com o atacante Matheus Pimenta. O jogador sentiu incômodo no músculo posterior da coxa e, apesar de ainda aguardar resultado de exames, já desfalca o Baeta no jogo contra a Caldense.

Bruno Peterson será o auxiliar de Paulo Campos (Foto: Bruno Kaehler)

 

 

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