Demissão em Ubá chega a 2 mil postos


Por Gabriela Gervason

27/03/2015 às 09h06- Atualizada 27/03/2015 às 09h07

As perspectivas para o polo moveleiro de Ubá seguem inertes e sem previsão de melhorias. Atrelado à queda de 10% registrada no faturamento de 2014, aproximadamente dois mil funcionários foram dispensados de seus postos de trabalho nas fábricas nos primeiros meses do ano. A estimativa foi divulgada pelo Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind), que acredita que, se o quadro não for revertido em breve, outras demissões podem acontecer.

Conforme o presidente do Intersind, Michel Henrique Pires, o sindicato não enxerga projeções positivas, pois a crise instaurada no país tem contribuído para aumentar a inadimplência. “Todos estão desconfiados do Governo, pois percebem que falta seriedade. Com isso, passa a existir uma cadeia de cortes, que abrangem clientes, consumidores e funcionários, desacelerando os negócios”, avaliou Pires, acrescentando que o ritmo nas fábricas encontra-se lento. “Não podemos prever nada, nem para os próximos dois meses. Não sabemos quais medidas o Governo federal vai adotar para controlar o dólar e para retomar o crescimento do país.”

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Em janeiro, a Tribuna repercutiu a aprovação da Lei nº 6.868, que garante a fixação da alíquota de 2% do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) até 2018 para fabricantes de móveis instalados, ou que desejam se instalar, no Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, a alíquota cobrada em Minas Gerais é de 12%. À época, o sindicato disse que a medida poderia, sim, impactar na rotina produtiva do polo, mas, até agora, o presidente do sindicato afirmou não ter havido debandada de empresas em virtude da lei.

“A alíquota pode influenciar daqui a cinco anos, mas neste momento quem desejar sair de Minas Gerais para se instalar no Rio vai precisar gastar com construção e terreno. Investimentos que agora estão difíceis e, praticamente, impossíveis”, comentou.
Atualmente, o polo moveleiro de Ubá é formado por aproximadamente 300 empresas e emprega cerca de 25 mil trabalhadores. Além de Ubá, compõem o arranjo os municípios de Visconde do Rio Branco, São Geraldo, Tocantins, Piraúba, Rio Pomba, Rodeiro, Guidoval e Guiricema.

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