Peixarias esperam aumento de 90% na procura durante a Quaresma

Sardinha e cavalinha estão entre os tipos mais procurados pelos consumidores


Por Bárbara Riolino

26/02/2020 às 13h03

A Quarta-feira de Cinzas (26) começou com movimento nas peixarias em Juiz de Fora. Para os católicos, a data marca o início da Quaresma e, por conta disso, boa parte dos consumidores buscam manter a tradição de não comer carne vermelha no período, o que contribui para um aumento na procura do produto nesses estabelecimentos. Inclusive, é esperado um aumento entre 50% e 90% na venda de pescados.

Entre os tipos mais procurados estavam a cavalinha, a sardinha, a corvina e o tira-vira, que são peixes com valor mais em conta e favoráveis ao bolso do consumidor que planeja fazer o jejum da carne. Mas, para quem deseja gastar mais, as peixarias oferecem outras opções in natura, como o camarão e o salmão, além de produtos congelados, como cação e merluza.

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A pensionista Elza Tavares, 73 anos, está entre os adeptos da prática católica, porém, a realiza o ano todo, dedicando a quarta-feira ao consumo de peixes. Durante a Quaresma, ela reserva também as sextas para o consumo do pescado. “Desde criança, meus pais me acostumaram com esse ritual, e hoje, continuo fazendo, pois faz sentido para a minha crença. Por consumir peixe o ano todo, sempre faço pesquisa de preços para escolher aquele que está mais em conta”.

Apesar da sua profissão, o açougueiro Sebastião de Oliveira, 59, mantém o costume do pescado tanto na Quarta-feira de Cinzas quanto na Sexta-feira da Paixão. E, ao longo da Quaresma, opta pelos peixes em boa parte do período. “Sempre compro peixes mais fáceis de serem feitos, para não dar muito trabalho para a minha mãe, já que moro com ela, e é ela quem cozinha. Quando não compro, eu pesco, pois sou pescador também. Hoje tive que comprar, pois estava chovendo e não consegui sair para pescar”.

Preços tendem a ser mantidos

O gerente da Peixaria do Zeca, Márcio Antônio, aguarda um aumento de até 50% na procura pelos peixes a partir desta quarta-feira. Para ele, é um movimento habitual e, até o momento, tem conseguido manter os preços. “Nossos fornecedores ainda não reajustaram a tabelas, mas pode ser que, na Semana Santa, ocorra aumento, devido à demanda comum da época”.

Já no Supermercado Granjamar, o clima é de mais otimismo. A subgerente Débora Helena de Oliveira espera um aumento de 90% ao longo de todo o período da Quaresma. “Ao longo do ano, a gente percebe que a procura pelos peixes aumenta um pouquinho, mas nesta época tende a ser maior, e estamos bem abastecidos, tanto em produtos frescos quanto congelados. No final do ano passado, com a alta no preço da carne bovina, notamos um crescimento na procura por parte de pessoas que não queriam ficar sem consumir a proteína animal. O preço está bem atrativo, e vamos tentar mantê-lo”.

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