Em 2016, mais de 4,2 milhões viveram na miséria em Minas

Pesquisa do IBGE divulgada nesta sexta mostra que 20% da população do estado teve renda mensal menor que o salário mínimo


Por Gracielle Nocelli

15/12/2017 às 13h01

Mais de 4,2 milhões de pessoas viveram em situação de miséria em Minas Gerais, em 2016. O número corresponde a 20% dos habitantes do segundo estado mais populoso do país. A renda média deste público foi de R$ 380 por mês, menos da metade do salário mínimo praticado no ano passado (R$ 880). No Brasil, o percentual foi ainda maior (25%), o correspondente a 24,8 milhões de brasileiros nestas condições. As informações são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgada nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a classificação adotada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), famílias que vivem com até meio salário estão em “pobreza absoluta”.

O estudo do IBGE mostra ainda indicadores sobre a dinâmica do mercado de trabalho mineiro. A taxa de desocupação aumentou durante a crise econômica que se instalou no país em 2014. O índice, que era de 6,4% naquele ano, saltou para 10,9% em 2016. A análise detalhada por faixa etária, sexo e cor mostra que jovens entre 16 e 29 anos, mulheres, negros e pardos são os grupos que apresentam as maiores taxas de desocupação. No cenário nacional também foram identificadas as mesmas situações.

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Outro efeito da crise econômica foi a redução de 7,4% do valor do salário médio dos trabalhadores mineiros, que caiu de R$ 1.849 para R$ 1.711 nos últimos dois anos. O rendimento médio no estado é inferior ao nacional, que diminuiu 2,8% no período, passando de R$ 2.081 para R$ 2,021. No entanto, o estudo revela a má distribuição de renda, já que mais da metade das pessoas recebiam até um salário mínimo tanto no Brasil (57,2%) quanto em Minas Gerais (56,1%). Já a proporção daqueles que recebiam mais de cinco salários era de apenas 4,2% no país e 3,2% no estado.

A origem da renda dos mineiros é oriunda do trabalho (71,3%), de aposentadoria e pensão (21,7%) e outras fontes (6,9%).

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