Gasolina entra o ano 8,3% mais cara em Juiz de Fora

Preço máximo nas bombas chega a R$ 4,899 para o combustível


Por Fabíola Costa, Repórter

08/01/2019 às 16h34- Atualizada 08/01/2019 às 20h21

Na semana passada a Petrobras fez o primeiro movimento do ano em relação ao combustível, reduzindo o preço da gasolina nas refinarias (Foto: Olavo Prazeres)

O juiz-forano entrou o ano pagando 8,3% a mais pela gasolina nos postos da cidade. Em relação ao álcool, o aumento é de 0,71%. A primeira pesquisa do ano divulgada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta segunda-feira (7) aponta que os valores médios praticados nas bombas são de R$ 4,739 (gasolina) e R$ 3,092 (álcool). Já a média verificada em janeiro de 2018 era de R$ 4,377 para a gasolina e de R$ 3,070 para o álcool.

Ainda conforme a primeira coleta de 2019, no caso da gasolina, os valores encontrados variam de R$ 4,700 a R$ 4,899, de acordo com o estabelecimento escolhido pelo consumidor. No caso do álcool, é possível pagar de R$ 3 a R$ 3,549 pelo litro. A coleta no município foi realizada no dia 2 de janeiro.

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Na quinta-feira passada, dia 3 de janeiro, a Petrobras fez o primeiro movimento do ano em relação ao combustível, reduzindo o preço da gasolina nas refinarias, cujo litro passou de R$ 1,5087 para R$ 1,4675. A última redução no preço do combustível ocorreu no dia 28 de dezembro do ano passado, quando passou de R$ 1,5554 para R$ 1,5087.

Também na semana passada, o novo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que não há interesse de o Governo interferir na política de preços dos combustíveis em vigor. “Não há intenção nenhuma de o Governo influenciar na política de preços. O que nós estamos trabalhando, neste sentido, junto com a ANP e a Petrobras, é dar mais transparência a esta política. Para que a população, a sociedade, entenda aquilo que ela está pagando.

Quando damos transparência a esse processo, podemos fazer algumas correções, eliminar subsídios e tornar mais claro aquilo que é justo que seja pago pelo combustível”, disse o ministro à Agência Brasil, após participar da cerimônia de posse do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.

A Petrobras, por meio de sua assessoria, informou que a política de preços adotada para a gasolina e o diesel vendidos às distribuidoras segue inalterada e leva em conta o preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais destes produtos mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias.

A estatal defende que a paridade é necessária, “porque o mercado brasileiro de combustíveis é aberto à livre concorrência, dando às distribuidoras a alternativa de importar os produtos”. O posicionamento é de que o preço considera uma margem que cobre os riscos, como volatilidade do câmbio e dos preços.

Mais caro em outubro

Pesquisa feita pela Tribuna, com base nos levantamentos de preços divulgados semanalmente pela ANP, aponta que o juiz-forano começou 2018 pagando, em média, R$ 4,377 pelo litro da gasolina e R$ 3,070 pelo litro do álcool. No final do ano, em dezembro, os valores médios praticados nas bombas subiram para R$ 4,783 e R$ 3,093, respectivamente. O aumento no bolso chegou a 9,27% e 0,74% em cada caso.

Ainda de acordo com o levantamento, o preço mais alto da gasolina foi verificado em outubro, quando o litro chegou a R$ 4,864 em Juiz de Fora. Já o mais baixo do ano foi de R$ 4,335 em março. Em relação ao álcool, o valor mais alto foi de R$ 3,130, praticado em fevereiro. O mais baixo foi de R$ 2,607 em agosto.

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Reduções impactam inflação

Apesar da percepção corrente entre os consumidores de que as altas são repassadas imediatamente nas bombas, mas os movimentos de queda não são percebidos, a redução dos valores praticados nas refinarias, ao longo do ano passado, impactaram a prévia da inflação.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de -0,16% em dezembro contra 0,19% em novembro. Conforme o IBGE, esse foi o menor resultado mensal desde julho de 2017 e a menor taxa para o mês de dezembro desde o início do Plano Real, em 1994. A taxa acumulada no ano ficou em 3,86%, abaixo do centro da meta anual estabelecida pelo Banco Central (4,50%) e dos 4,39% registrados em 2017. Em dezembro de 2017, a taxa foi de 0,35%.

Conforme o IBGE, o grupo dos transportes apresentou a maior queda (-0,93%) e o maior impacto (-0,18 pontos percentuais (p.p)) no mês de dezembro, principalmente por conta da redução nos preços da gasolina (-5,47%). O combustível foi o responsável pelo maior impacto individual no índice do mês, com -0,26 p.p. Além da gasolina, o etanol e o óleo diesel também caíram em dezembro (-3% e -1,93%, respectivamente). Já as passagens aéreas subiram 29,61%, sendo o maior impacto individual positivo no IPCA-15 de dezembro (0,11 p.p).

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