Demora na construção de acesso atravanca obra da M. Dias Branco

Líder nacional na fabricação e venda de biscoitos e massas, a empresa pretendia iniciar a implantação do parque fabril em Juiz de Fora ainda este ano, mas continua aguardando a obra


Por Fabíola Costa

04/11/2017 às 06h30

Estrada fará ligação da Br-040 até o POrto Seco (foto), em Dias Tavares (Foto: Marcelo Ribeiro)

Há quem diga que a demora na concretização do acesso entre a via pública e o terreno localizado na BR-040 pode fazer a M. Dias Branco rever o investimento milionário previsto para Juiz de Fora. Líder nacional na fabricação e venda de biscoitos e massas, a proprietária das marcas Adria, Estrela e Isabela pretendia iniciar a construção do parque fabril em Juiz de Fora ainda este ano, mas continua aguardando a obra, de responsabilidade do Poder Público. Nem a Prefeitura, nem a empresa confirmaram a informação que corre nos bastidores, talvez como forma de acelerar o trâmite do projeto viário, considerado imprescindível para o início dos trabalhos propriamente ditos. Com isso, o investimento estimado em R$ 350 milhões, que pode levar à criação de 800 a mil empregos diretos, segue em compasso de espera.

Em entrevista concedida à Tribuna em agosto, o vice-presidente de Investimentos e Controladoria do grupo, Geraldo Luciano Mattos Júnior, afirmou que a Prefeitura se comprometeu a fazer o acesso e, tão logo exista a sua disponibilização, a empresa dará início às obras. A meta era iniciá-las ainda este ano, mesmo que no final dele. Na ocasião, o executivo afirmou que não era possível estimar prazo para o atendimento da demanda, mas a expectativa era de que acontecesse nos próximos dois ou três meses. Uma preocupação, no entanto, era não coincidir o início da terraplanagem com o período de chuvas na região. Novamente procurada esta semana, a empresa, por meio de sua assessoria, afirmou que “não há novidades”. A M. Dias Branco trabalha com a expectativa de conclusão da unidade em 2019 e início das operações no começo de 2020.

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A estrada fará a ligação da BR-040 até o Porto Seco, em Dias Tavares. A primeira etapa, orçada em R$ 7 milhões, está prevista até a entrada de onde será instalada a indústria. Os recursos seriam da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). A Prefeitura, por meio de sua assessoria, afirmou que, em reunião realizada em junho, o governador Fernando Pimentel (PT) autorizou o estado a viabilizar a obra. O posicionamento é que os projetos para realização do processo licitatório pelo estado já foram encaminhados à companhia.

Procurada, a Codemig, por meio de sua assessoria, afirmou que “encaminhou a documentação à Secretaria de Estado de Transportes e Obras públicas (Setop), em agosto de 2017”. A documentação consiste nos projetos viários entregues à companhia pela Prefeitura, com vistas à elaboração de convênio. O posicionamento é que “os projetos estão em fase de análise e esclarecimentos junto à Secretaria de Obras de Juiz de Fora, não havendo no momento prazos definidos para a concretização da iniciativa”. Em agosto, o orçamento inicial foi confirmado, assim como a procedência dos recursos pela própria Codemig. Também procurada, a Setop não se manifestou sobre o assunto.

O projeto

Orçado em R$ 350 milhões, o projeto prevê uma fábrica de biscoitos, massas e farinha de trigo, um moinho de trigo e um centro de distribuição na cidade, com possibilidade de expansões futuras. A assinatura de protocolo de intenções com o município aconteceu em março de 2015. Em dezembro de 2014, a empresa lançou comunicado ao mercado, anunciando o protocolo firmado com o Estado. Segundo o vice-presidente, houve demora na regularização do terreno, mas a área está paga, em nome da empresa e com o processo concluído. O número de linhas de produção, o maquinário a ser utilizado e a produção inicial ainda estão sendo dimensionados.

Em dezembro de 2015, a Câmara aprovou a incorporação do empreendimento à lei de incentivo fiscal, que permite o reembolso de até R$ 50 milhões para a indústria alimentícia, caso ela cumpra a previsão de gerar, para o município, mais de R$ 100 milhões em dez anos, referentes à quota-parte do ICMS repassadas pelo Estado. O faturamento inicialmente previsto chega a R$ 650 milhões, podendo atingir a marca de R$ 1 bilhão em uma década.

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