Área Azul noturna para São Mateus é avaliada


Por Tribuna

02/10/2015 às 07h00- Atualizada 02/10/2015 às 09h31

Nas vias do Alto do Passos onde não foi implantada a Área Azul noturna, flanelinhas ainda atuam, como na Rua Belmiro Braga (leonardo costa/15-09-15)

Nas vias do Alto do Passos onde não foi implantada a Área Azul noturna, flanelinhas ainda atuam, como na Rua Belmiro Braga (leonardo costa/15-09-15)

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Em Benfica, na Rua Marília, onde há rotativo, as vagas estão vazias. Já na Av. Inês Garcia, onde o serviço não foi implantado, estão ocupadas (Marcelo Ribeiro/28-09-15)

Em Benfica, na Rua Marília, onde há rotativo, as vagas estão vazias. Já na Av. Inês Garcia, onde o serviço não foi implantado, estão ocupadas (Marcelo Ribeiro/28-09-15)

O serviço de Área Azul no período noturno poderá ser implantado no Bairro São Mateus, Zona Sul. Esta possibilidade foi sugerida durante reunião do grupo de trabalho que avalia, desde o início do mês, o funcionamento do rotativo pago, neste horário diferenciado, no Alto dos Passos. No último encontro da equipe, formada por representantes da Prefeitura, Polícia Militar e Abrasel, na terça-feira da semana passada, foi discutido que, com a cobrança das vagas, a concentração de flanelinhas nas ruas reduziu de aproximadamente 60 para cinco. Estes, porém, permanecem em vias onde o estacionamento é livre, como a Tribuna constatou durante visitas ao local nas últimas semanas. Dado o êxito deste primeiro mês, a Secretaria de Governo enviou, na semana passada, ofício para a Settra pedindo que seja feito um levantamento da possibilidade de expandir o serviço. Outra sugestão é incluir a Área Azul também no período diurno do Alto dos Passos.

Para evitar cobrança dupla no rotativo pago, uma força-tarefa permanece em funcionamento nas ruas do Alto dos Passos. Ao longo da noite, viaturas da Settra, Guarda Municipal e Polícia Militar podem ser vistas circulando nas vias. No entanto, os guardadores irregulares insistem em ficar no local até por volta das 18h15. “A questão dos flanelinhas é um grande desafio, pois o assunto em si guarda uma relativa complexidade. Não é algo que se resolve com uma varinha de condão. Ainda é prematuro dizer que o problema foi resolvido, mas a avaliação que temos das primeiras semanas é extremamente positiva”, disse o secretário de Governo, José Sóter de Figueirôa Neto. Sobre os guardadores que insistem em permanecer nas ruas do bairro, ele informou que uma nova campanha da Prefeitura estará nas ruas em outubro. O objetivo é mostrar a comerciantes, moradores e frequentadores do bairro que não se deve dar guarita aos flanelinhas.

Avaliação da Settra

Foi Figueirôa quem admitiu ter pedido à Settra para avaliar a inclusão da Área Azul no período noturno no Bairro São Mateus. Segundo ele, é preciso observar questões técnicas e legais para que isso seja concretizado. O subsecretário Operacional de Transporte e Trânsito da Settra, Eduardo Facio, reitera que esta possibilidade, de fato, foi levantada na reunião, mas não há nada de concreto. “Não é algo certo, nem estudado. Até mesmo porque ainda estamos em processo de implantação do que foi contratado, o que seguirá até março do ano que vem. Mas se surgir esta demanda, lógico que isso será pensado. Qualquer ampliação ou diminuição (das vagas) é possível no contrato, desde que seja economicamente viável.”

De acordo com Facio, é preciso apurar as consequências da possível implantação, como impacto com a vizinhança afetada. “O grupo de trabalho ficou de documentar esta demanda e nos enviar. Depois deveríamos, ainda, ouvir a comunidade e promover uma percepção de origem técnica.”

Polícia Militar

O comandante da 32ª companhia da PM, capitão Ricardo França, também afirma que o número de flanelinhas diminuiu significativamente nas ruas, em quantidade até maior do que era esperada neste primeiro momento. “Sempre atuamos contra os flanelinhas, mas pela ausência da participação de outros órgãos, o nosso serviço ficava limitado. Agora com a iniciativa da Prefeitura, os resultados rapidamente surgiram. Percebemos não só a diminuição da quantidade de flanelinhas como também a melhor fluidez no trânsito, que está mais organizado. Hoje os usuários têm facilidade em conseguir vagas”, informou, acrescentando que a ação conjunta permanece por tempo indeterminado. “Nosso objetivo é acabar com esta atividade, não só no Alto dos Passos como em toda a Zona Sul.”

Serviço tem baixa adesão em Benfica

Em funcionamento desde o início de setembro, o estacionamento rotativo pago ainda não tem grande procura em Benfica, Zona Norte. A Tribuna esteve no local na última segunda-feira e conversou com moradores e lojistas sobre a implantação do serviço. No caso dos comerciantes, a Área Azul divide opiniões: aqueles que vão trabalhar com os seus próprios carros não gostaram da novidade, mas admitem que os clientes têm mais facilidade em estacionar para fazer compras. No entanto, as ruas onde há cobrança estão vazias, diferente daquelas onde o rotativo pago não foi implantado.

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Este é o caso da Rua Marília, onde a Área Azul foi colocada apenas em uma parte. Na outra, moradores e comerciantes relatam a dificuldade em conseguir vagas. “Chegamos bem cedo e já não encontramos mais vagas. Antes não havia tantos carros parados na rua, agora são muitos, de funcionários e empresários”, disse o comerciante Roney Henrique de Assis, 43 anos. Na Rua Henrique Dias, o também comerciante Cristian Richard, 40, acredita que a solução é estacionar em áreas afastadas, onde não há o rotativo pago. Ele denuncia que funcionários da empresa Estapar, responsável pelo serviço, não estão respeitando os dez minutos gratuitos. “Já chegam fotografando as placas dos carros.” Em nota, a Estapar explicou que o registro é necessário para o controle dos dez minutos, pois o sistema é automatizado. Os dados são enviados, para possíveis registros de infrações, somente após este prazo.

 

Vagas no Centro

Situação semelhante ainda é observada no Centro, onde novas vagas foram implantadas na região da Rua José Calil Ahouagi. Por falta de demanda ao rotativo pago, esta via já teve uma redução no número de ofertas, o que beneficiou trabalhadores do entorno. No entanto, a baixa adesão ainda é realidade, tanto na Rua José Calil Ahouagi como também na Rua Deputado Oliveira Souza. No início da tarde de segunda-feira, por exemplo, não havia sequer um carro parado no local.

Em nota, a Settra informou que ainda são feitas avaliações em todos os locais onde as vagas da Área Azul foram implantadas e, neste momento, não há nenhuma alteração definida. No caso específico de Benfica, a pasta informou que “está em contato direto com a Associação de Moradores do bairro e ficou combinado, em reunião antes da implantação do sistema, que, durante o mês de setembro, a associação verificaria as necessidades do bairro e informaria a Settra as possíveis alterações para outubro”.

A Estapar reforçou que a avaliação sobre a ocupação das vagas, tanto no Centro com em Benfica, deve ocorrer após o período de maturação do sistema.

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