190 mil juiz-foranos receberão novo salário mínimo


Por Tribuna

01/01/2015 às 07h00

Arredondado para baixo, o salário mínimo passa a custar R$ 788 a partir de hoje. O novo valor representa reajuste de 8,8% sobre o mínimo atual: R$ 724. O valor diário corresponde a R$ 26,27, e o valor horário, a R$ 3,58. O decreto que regulamenta a Lei 12.382 foi publicado terça-feira no Diário Oficial da União.

O valor fixado pela presidente Dilma Rousseff (PT) ficou abaixo do esperado pelo Congresso Nacional, que calculava R$ 790 para fixação do Orçamento 2015, ainda não aprovado. A diferença de R$ 2 levará a economia de R$ 752,8 milhões em relação à previsão de gastos do Legislativo, segundo cálculos do consultor da Câmara dos Deputados Leonardo Rolim. O valor estabelecido é inferior ao previsto pelo próprio Governo em agosto deste ano, quando a proposta de orçamento foi enviada ao Congresso. Na ocasião, o mínimo previsto era de R$ 788,06.

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Conforme Rolim, o valor ainda é provisório. Isso porque o piso é reajustado conforme o crescimento da economia de dois anos atrás (Produto Interno Bruto), mais a variação da inflação deste ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A inflação oficial ainda não está apurada, por isso o Governo usou uma estimativa. Caso ela seja inferior ao resultado, o mínimo será recalculado, informa o consultor por meio da Agência Estado.

Para a economista e professora de Economia da UFJF, Fernanda Finotti, com o reajuste do mínimo, o trabalhador recompõe a inflação, cuja estimativa para o ano gira em torno de 6,4%. Segundo a economista, o repasse para o preços da mercadorias, como mecanismo de correção, vai causar ainda mais impacto na inflação futura. Fernanda destaca, no entanto, que estão sendo adotadas medidas para conter a escalada de preços, como os aumentos sucessivos da Selic e a mudança na estrutura de tributação a partir de 2015

Conforme a professora, a indexação ao mínimo é rara. Hoje os gatilhos estão menos atrelados aos salários e mais à inflação, explica. “Até porque a economia está deprimida, o consumidor está comprando menos e o ofertante não tem margem de retorno, precisa absorver alguns destes custos, evitando repassá-los.”

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 190 mil pessoas em Juiz de Fora recebem de 1/2 a dois salários mínimos. Considerando os que ganham de 1/2 a um, o universo chega a 87 mil. O recorte considera o rendimento nominal mensal e tem por base os dados do Censo Demográfico de 2010. Pelos cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo necessário à população brasileira hoje seria quase quatro vezes maior – R$ 2.923,22, em dados de novembro.

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