Cozinha olímpica e juiz-forana


Por Tribuna

26/06/2016 às 07h00

Quando você parar para pensar nas delícias preparadas para quem veio assistir às Olimpíadas ou disputá-las no Rio de Janeiro, pode saber: tem dedinho de juiz-forano ali. Ou melhor, de juiz-forana. Radicada atualmente em Caraíva, um vilarejo paradisíaco no sul da Bahia, onde administra um empreendimento de café da manhã, Ingrid Borges, “JF da gema”, está de volta ao Rio (onde viveu por oito anos), para cozinhar delícias tipicamente brasileiras em hotéis de luxo e para aqueles que receberão delegações de atletas. “O mais legal da experiência é pensar a gastronomia brasileira como algo exótico.”

Para ela, que já trabalhou em eventos e hotéis, mas nunca em um acontecimento deste porte, o desafio é bem-vindo. “Em geral, as comidas mais típicas brasileiras são feitas em paneladas, caldeiradas, tudo ostensivo e em grande escala, como feijoada, moqueca. É maravilhoso repensar estes pratos de forma mais sofisticada e apresentados em pequenas porções. Ainda há o adicional de cozinhar para atletas, mostrando para eles todas as nossas maravilhas sem desviar da dieta restrita que alguns precisam seguir. Mas para isso temos muitas opções de frutas, verduras e legumes tropicais. Dá para brincar à vontade sem comprometer qualquer performance (risos).”

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“Modalidade gastronômica olímpica” preferida

“Botecagem”. Mas a idade e a correria da vida profissional me afastam do pódio atualmente (risos)

Sabor de Juiz de Fora

“Filé Barroco” do Berttu’s e o torresmo do Bigode, que existem na minha vida há muito tempo

Trabalho na cozinha

Não é para todos, mas é ‘uma cachaça’: os que resistem conhecem prazeres (e agruras) diários que as outras profissões nem imaginam

Maior gafe como cozinheira

Ter recebido, na minha casa, um amigo vegetariano com uma comidinha bem mineira: costelinha de porco confitada, couve puxada no alho, arroz, feijão caseiro e angu. Justo no dia em que ele conheceria um grande ídolo, o Zico! (risos) Mas ele se esbaldou nos acompanhamentos! (risos)

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Dica de culinária

Se o vinho é bom para o cozinheiro, é bom para a comida! Nunca compre bebidas de má qualidade para cozinhar, como muita gente faz

Cozinha democrática

No dia 29 de junho, o chef Ricardo Vieira inaugura o Vieiras Restaurante & Bar, com uma proposta de cozinha “fusion”, com intercâmbio de ingredientes e trocas de experiência de cultura e técnicas gastronômicas de vários países. “A meu ver, foi o fio condutor da cozinha contemporânea de hoje, também teremos a cozinha clássica e regional”, adianta o chef. A princípio, a casa funcionará de quarta a sábado para jantar e como bar, e domingo para almoço. Nos próximos meses, o plano é servir também almoços executivos de segunda a sexta. “É um bar restaurante para todos, com preço justo e muita qualidade de ingredientes e confecção dos pratos”, garante Ricardo. A julgar por seu currículo, as expectativas para a nova empreitada são as melhores. Ricardo é formado pelo Grogotó, obteve primeiro lugar no concurso “Novos talentos da gastronomia mineira” (2012), deu aula de gastronomia no CES e estagiou no badaladíssimo D.O.M., de Alex Atala. Curtiu a proposta? Mate a curiosidade, a inauguração é aberta ao público.

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