Tom Cruise voa alto em ‘Top Gun: Maverick’

Trinta e seis anos depois, ator estrela continuação do filme que o levou a se tornar um dos maiores astros de Hollywood


Por Júlio Black

26/05/2022 às 07h00

Avesso a repetir personagens, Tom Cruise abre uma das raras exceções para interpretar o protagonista de “Top Gun: Maverick” (Foto: Reprodução)

Maior sucesso dos cinemas em 1986, com uma bilheteria mundial de US$ 356 milhões, “Top Gun: Ases indomáveis” era o filme que faltava para confirmar Tom Cruise como um dos mais populares astros de Hollywood, se não o maior deles. O longa de Tony Scott marcou época pelas espetaculares cenas de ação com os jatos de combate, trilha sonora inesquecível e pela testosterona em ebulição no conflito entre os personagens de Tom Cruise e Val Kilmer, outro ator que também estava em ascensão. Há tempos se falava em uma (improvável) continuação, mas eis que “Top Gun: Maverick” chega oficialmente aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (26), após alguns dias em pré-estreia.

Motivos para duvidar de uma parte dois de “Top Gun” não faltavam. Com exceção do indestrutível Ethan Hunt de “Missão: Impossível” e de Jack Reacher, Tom Cruise é refratário a repetir personagens; além disso, Tony Scott morreu em 2012 e Val Kilmer sofre, há alguns anos, com um câncer de garganta, e só pode falar graças a uma traqueostomia. Mas Cruise é o tipo de sujeito que não desiste quando tem uma ideia, ainda mais que não falta grana para tocar seus projetos.

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Com direção de Joseph Kosinski, que trabalhou com Tom Cruise em “Oblivion”, “Top Gun: Maverick” tem um enredo que não sente a menor vergonha em dar CTRL-C+CNTRL-V no roteiro original, adaptando algumas coisas para os dias atuais. Quase 40 anos mais velho e ainda viciado na adrenalina de pilotar aviões em velocidades absurdas, o capitão da Marinha Peter “Maverick” Mitchell abriu mão das promoções – que o afastariam do que mais ama – para desafiar os limites como piloto de teste de jatos experimentais, e assim poderia continuar até ficar velho demais.

Maverick, porém, é convocado para ser o instrutor de uma nova geração de Top Guns, apesar do ceticismo do vice-almirante Beau “Cyclone” Simpson (Jon Hamm). Quem convence a dupla é ninguém menos que Tom “Iceman” Kazansky (Val Kilmer), agora almirante e que comanda a Frota do Pacífico, pois ele acredita que apenas seu antigo rival pode preparar os jovens pilotos para uma missão perigosíssima: destruir as instalações de enriquecimento de urânio de uma nação hostil (e não identificada), localizada no fundo de uma cadeia de montanhas.

Aceitar a missão e se tornar instrutor é o desafio mais fácil do veterano. Ao encontrar os alunos, Maverick percebe que não é a pessoa mais popular entre eles; quem o trata com maior inimizade, aliás, é o tenente Bradley “Rooster” Bradshaw – filho de “Goose”, melhor amigo de Maverick e que morreu no primeiro filme durante um treinamento.

“Top Gun: Maverick” é promessa de um repeteco de várias cenas icônicas do longa de 1986: Tom Cruise fazendo acrobacias espetaculares e impossíveis a bordo de um jato, conflitos, drama, ecos da trilha sonora original, gente suada praticando esportes na praia e cenas de combate aéreo de tirar o fôlego. E não vai faltar, claro, um novo par romântico para o protagonista, com Jennifer Connelly no lugar de Kelly McGillis, que não foi convidada para a continuação – e não economizou nas críticas a Hollywood, dizendo, em 2020, que foi esquecida por estar “velha e gorda”. E como se trata de Hollywood, infelizmente deve ser verdade.

Continuação de um clássico tão distante, “Top Gun: Maverick” certamente deve levar os saudosistas aos cinemas, mas fica a dúvida se os mais jovens vão se interessar por um produto de uma época que já passou. A depender das críticas entusiasmadas, é possível apostar que o longa pode garantir mais um sucesso na carreira de Tom Cruise.

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