De volta ao mar
Franquia cinematográfica inspirada em um brinquedo dos parques de diversões da Disney, “Piratas do Caribe” foi um dos maiores sucessos de 2003, com “A maldição do Pérola Negra”, faturando mais de US$ 600 milhões ao redor do mundo, além de render a Johnny Depp, o homem que nasceu para interpretar o pirata metrossexual Jack Sparrow, uma indicação ao Oscar de melhor ator. Ainda que não tenham a mesma unanimidade com a crítica, os três filmes seguintes só aumentaram o faturamento para a empresa do Mickey Mouse – ainda que com algumas ressalvas: o quarto longa da série, “Navegando em águas misteriosas” (2011), ultrapassou a marca do bilhão de doletas ao redor do mundo, mas fez pouco mais nos Estados Unidos, e aí a Disney resolveu dar um tempo. Como o comichão por dinheiro nunca termina, o estúdio convenceu Depp a voltar ao papel, e daí que temos “Piratas do Caribe: A vingança de Salazar”, estreando nesta quinta-feira (25), com pré-estreia nesta quarta (24).
Com direção da dupla Joachim Rønning e Espen Sandberg (“Bandidas”, “A maldição de Kon Tiki”), o novo longa da franquia chega à tela grande com aquela sensação – pelo menos entre crítica e público – de “eu tenho um péssimo pressentimento sobre isso”. Além de muitos acreditarem que a série já deu o que tinha de dar, “A vingança de Salazar” passou por inúmeros percalços – e ainda continua passando. O primeiro deles fica por conta das polêmicas envolvendo Johnny Depp, que além dos problemas com álcool e drogas viu sua popularidade despencar após sua agora ex-esposa, a atriz Amber Heard, pedir o divórcio por acusar o ator de tê-la agredido. Depois vieram as declarações do roteirista Terry Rossio de que seu roteiro foi rejeitado porque Johnny Depp não queria uma vilã mulher; a notícia de que hackers roubaram o corte final do filme e chantagearam a Disney; e por, fim, as críticas nada animadoras a respeito do longa, que tem apenas 33% de aprovação no site Rotten Tomatoes.
Quanto à trama do filme, ela segue a linha dos outros longas da franquia, de ir cada vez mais fundo no inverossímil. O McGuffin da vez é o Tridente de Poseidon, artefato que daria ao seu dono o poder sobre todos os mares. Quem está à procura do objeto é Henry Turner (Brenton Thwaites), oficial da Marinha Real britânica e filho de Elizabeth Swann (Keira Knightley) e Will Turner (Orlando Bloom). Ele descobre que o tal tridente pode anular a maldição sofrida pelo pai, condenado a ficar eternamente no mar a bordo do Holandês Voador, embarcação do pirata Dave Jones (Bill Nighy). Ele tem ajuda na empreitada da cientista Carina Smyth (Kaya Scodelario) e de um certo Jack Sparrow (Depp), que tem passado por maus bocados no comando do pequeno navio Dying Gull. E o Capitão Barbossa (Geoffrey Rush), agora um corsário a serviço da Marinha Real, também volta a dar as caras.
A missão, claro, não será fácil. O vilão da vez é o infame Capitão Armando Salazar (Javier Barden), da Marinha Espanhola, conhecido pela sua obsessão em acabar com a pirataria ao redor do mundo. Ele, porém, foi transformado em um morto-vivo por causa de Jack Sparrow e condenado, com seus comandados, a viverem como fantasmas no Triângulo do Diabo. Ao se libertar, o ódio no coração fantasmagórico tem objetivos bem claros: tomar para si o Triângulo de Poseidon para acabar com sua maldição, vingar-se de Jack Sparrow e matar todos os piratas do mundo. Resta saber quem vai vencer a corrida pelo prêmio principal.