Gestores apontam como deve ser a cultura no estado e no país

Em conversa com a Tribuna, especialistas, convidados para debate promovido pela Funalfa na última quarta (13), destacam os desafios das políticas públicas em cultura no país, em Minas e em Juiz de Fora


Por Mauro Morais

17/11/2019 às 07h00- Atualizada 18/11/2019 às 10h25

Da mesma forma que produzir cultura hoje é diferente de ontem, criar políticas públicas de cultura mudou radicalmente com o passar dos anos. A mesma tecnologia que impõe novos métodos e gestos aos artistas também desafia o Poder Público. E a escassez, constante material de trabalho do artista, é cada vez mais elemento no setor público. Fazer e fomentar, no entanto, são dilemas. E nenhuma resolução é estanque, mas infinito processo. Secretário adjunto de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte, Gabriel Portela não acredita em nada acabado. Tudo está por fazer. Ainda que a capital mineira tenha alterado, de maneira latente, sua cena cultural nos últimos anos, o gestor reconhece diferentes espaços a avançar. Na contramão dos sucessivos cortes, ao assumir o Governo municipal, o prefeito Alexandre Kalil recriou a Secretaria de Cultura, até então funcionando como uma fundação, e convidou Juca Ferreira para assumir a pasta, que montou uma equipe, múltipla, com nomes em ascendência na cena da cidade e outros, parceiros de sua gestão à frente do Ministério da Cultura, como Gabriel. A cultura, portanto, é um ativo, compreendeu a gestão. Dessa perspectiva compartilha a museóloga por formação Célia Maria Corsino, que desde a década 1970 atua na gestão de museus Brasil afora.

Seja coordenando os trabalhos de implantação da museologia do Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte, seja gerindo o projeto da Fundação Vitae de Preservação para o acervo documental do Museu Casa de Cora Coralina, em Goiás, Célia ajudou a construir o pensamento recente acerca do patrimônio nacional. Em 2011, ela assumiu a diretoria do departamento de patrimônio imaterial do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, no qual ficou até 2015, quando passou a superintendente do órgão em Minas Gerais, permanecendo até este ano. Em setembro, Célia foi exonerada pelo Governo federal e substituída pelo cinegrafista da Câmara Municipal de Juiz de Fora Jeyson Silva, que permaneceu no cargo por poucas horas e logo pediu sua exoneração. À frente da recém-criada superintendência de Bibliotecas, Museus, Arquivo Público e Equipamentos Culturais da Secretaria de Cultura do Estado, a profissional, que foi professora de administração de museus e ciências auxiliares da história mantém-se em seu campo de interesse e reconhecimento.

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Convidados do Painel Mecanismos de Financiamento Cultural do Pólen – Movimento de Intercâmbio Cultural promovido pela Funalfa, na última quarta (13), Célia e Gabriel conversaram, separadamente, com a Tribuna após suas palestras no Teatro Paschoal Carlos Magno. Nas entrevistas, destacam os desafios das políticas públicas em cultura no país e em Minas Gerais, provocações que são de ontem, e também, de um presente no qual a cultura surge na berlinda, na corda bamba e, sobretudo, do futuro.

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