Teatro Paschoal tem 11 espetáculos em abril

Funalfa divulga edital de ocupação do Teatro Paschoal Carlos Magno na semana que vem<


Por Júlio Black

08/03/2018 às 19h21

“Ela se vinga com um monólogo” também será encenada no Teatro Paschoal (Foto: Divulgação)

Inaugurado exatamente há uma semana, o Teatro Paschoal Carlos Magno aos poucos começa a entrar no calendário cultural da cidade. O superintendente da Funalfa, Rômulo Veiga, confirmou nesta quinta-feira (8) que o edital de ocupação do espaço será divulgado já na próxima semana. Além disso, o teatro já tem o primeiro evento confirmado: o 1º Encontro Sala de Giz de Teatro e Poéticas do Corpo, que acontece entre 6 e 15 de abril, com a apresentação de 11 peças e a realização de cinco oficinas e uma roda de conversa. Outra novidade é a confirmação de que o artista plástico Carlos Bracher será o responsável pelo painel que ficará na entrada do teatro, atualmente ocupado pela mostra “Catálogo”.

Ainda de acordo com Rômulo Veiga, o edital será divulgado assim que fecharem as contas dos custos operacionais observados durante o final de semana de inauguração, que, além da cerimônia oficial, teve apresentação de monólogo e shows musicais no foyer. A partir deste custo de ocupação, será possível mensurar os valores a serem cobrados de eventos culturais e de outros fins, como formaturas. “Este primeiro edital será semestral e não anual exatamente para podermos analisar se existe alguma distorção e fazermos os devidos ajustes. Como é o primeiro ciclo do Paschoal Carlos Magno, um espaço novo, tomamos esse cuidado. É uma coisa (a utilização) que vamos descobrir em conjunto”, afirma.

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Essa necessidade de “conhecer” o teatro justifica a realização de eventos teste, como anunciado anteriormente, que deve ter datas ainda em março, além do festival já confirmado para abril. A intenção, lembra Rômulo, é explorar as possibilidades do espaço. “Saber como vai funcionar, tanto que alguns espetáculos do festival vão utilizar o palco italiano (projeto original do teatro) e outros vão usar como espaço alternativo, com o público no palco”, adianta. “Além do festival em abril, estamos conversando com produtores de diversas áreas, e serão divulgadas as atrações quando fecharmos alguns detalhes. Queremos ter pelo menos um evento musical, e também está no nosso radar uma atração teatral ou de dança ou circo.”

Feliz coincidência

“O Circo dos Quase Velhos” é uma das peças exibidas em abril (Foto:Divulgação)

O 1º Encontro Sala de Giz de Teatro e Poéticas do Corpo vai levar ao teatro peças como “Medeia e suas margens”, “Não vão-além”, “Ela se vinga com um monólogo”, “O Circo dos Quase Velhos” e “Sobre letras e livros para salvar o mundo”, além de cinco oficinas e uma roda de conversa com Ana Cristina Colla. A programação oficial completa será divulgada nesta sexta-feira.

Para um dos organizadores do evento, o ator e diretor Felipe Moratori, a realização do festival neste momento é uma daquelas “felizes coincidências”. “Nós apresentamos o projeto para o Rômulo Veiga em novembro do ano passado, mas ainda não havia previsão do uso do Paschoal Carlos Magno. Como já havíamos apresentado essa proposta, ele entrou em contato conosco para saber se aceitaríamos participar dessa fase de teste, e formalizamos tudo esta semana, depois da inauguração”, conta.

“Para nós foi muito legal essa possibilidade, pois o projeto é continuidade do Núcleo Dançante, um curso do Lume Teatro (Campinas-SP). Nos reunimos no ano passado como grupo de pesquisa, e uma das ideias era fazer esse tipo de evento”, diz Felipe, acrescentando que a ideia é dar continuidade ao festival, enquanto o Núcleo Dançante circule por outras cidades.

Felipe fez uma visita técnica ao teatro no ano passado, durante o Corredor Cultural, quando o espaço estava na fase final de obras. Ele elogia a estrutura ao mesmo tempo em que destaca o desafio colocado para a classe artística. “Será exigida uma nova demanda para todos. A tendência era nos adaptarmos a outras casas, e agora vai ser uma provocação ocuparmos um local maior.”

Andar com as próprias pernas

O retorno esperado pelos eventos não é apenas para entender o funcionamento da casa. Para o superintendente da Funalfa, Rômulo Veiga, a ideia é que o teatro tenha sustentabilidade financeira. “Não é lucro, até porque esse é um espaço público para apresentação de artistas”, afirma. “Por isso mesmo, num primeiro momento, toda a renda vai custear o que falta, como o elevador de acesso ao backstage, mobiliário frontal e de camarim, equipamentos complementares de luz e som, rádio. Quando estiver totalmente equipado, a minha proposta é que parte das receitas que excedam o custeio fique para fazer caixa para uma eventualidade, como a troca de um equipamento, e outra vá para o Fundo Municipal de Cultura, que pode ter várias destinações para as diversas áreas da cultura na cidade.”

Dois equipamentos que já contam com verba empenhada são as plataformas de acessibilidade para o palco (na sua parte frontal) e para a galeria de arte. A Funalfa já fez a sondagem de preços para abrir a licitação. Esta é uma questão que impede, no momento, a abertura da galeria de arte, o que só poderá ser feito quando a plataforma de acessibilidade for instalada. Gerson Guedes será o primeiro artista a mostrar seus trabalhos no novo espaço, e outros serão convidados para testar o local, que terá seu edital de ocupação publicado quando a questão da acessibilidade for equacionada.

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Painel de Carlos Bracher

Rômulo conversou ainda sobre a instalação de um painel no foyer do Paschoal Carlos Magno. O artista plástico Carlos Bracher vai preparar uma gigantesca tela de 21m² (7mx3m). “Sempre pensamos qual seria o artista ideal para expor ali, e o Bracher merece ter um espaço na cidade, e a cidade deve esse espaço a ele”, defende. “Ele é o artista brasileiro mais exposto fora do país. Precisamos de outro trabalho tão emblemático quanto o do Candido Portinari na Avenida Barão do Rio Branco (no Edifício Clube Juiz de Fora). Ele ficou muito feliz e empolgado ao receber o convite, que teve apoio de vários artistas locais.”

Enquanto o painel não fica pronto, o público que for ao teatro em dias de eventos poderá conferir a mostra “Catálogo”, que reúne 52 artistas juiz-foranos. Quando o trabalho de Carlos Bracher ficar pronto, a coletiva será transferida para outro local administrado pela Funalfa. Além disso, o órgão vai realizar visitas guiadas, com os interessados devendo entrar em contato pelo email imprensa.funalfa@pjf.mg.gov.br. O agendamento será feito quando houver um número suficiente de pessoas.

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