Vigésimo-nono filme do Universo Marvel, ‘Thor: Amor e Trovão’ estreia nesta quinta

Longa dirigido por Taika Waititi mostra o Deus do Trovão enfrentando a ameaça do Carniceiro dos Deuses ao lado da… Deusa do Trovão


Por Júlio Black

07/07/2022 às 07h00

Thor Odinson (Chris Hemsworth) reencontra a amada Jane Foster (Natalie Portman), que agora é a nova Deusa do Trovão (Foto: Reprodução)

Com 14 anos de existência e 28 filmes já lançados (sem esquecer das séries e minisséries para o streaming), é de se esperar que o Universo Cinematográfico Marvel (MCU, em inglês) não mantenha o mesmo nível em todas as suas produções. Quando isso acontece – e até mesmo quando o produto é bom -, é normal que a crítica ou os detratores profissionais coloquem na mesa os mesmos argumentos: as tramas são rasas, ainda mais porque precisam ser amarradas a um arco muito maior; há excesso de humor e piadas fora da hora; tudo é muito colorido, alegre e leve; o vilão é sempre uma versão em negativo do herói; as batalhas finais entre herói e vilão são previsíveis; e, principalmente, o Marvel Studios contrata apenas diretores que estejam dispostos a seguir a cartilha do estúdio e não deixem suas assinaturas nos filmes.

Neste último quesito, é correto afirmar que crítica e detratores têm razão em algumas situações. Filmes como “Capitã Marvel”, o primeiro “Doutor Estranho”, os dois longas do Homem-Formiga e “Thor: O Mundo Sombrio” deixam nítida a impressão de que seus diretores estavam ali para cumprir um serviço, e nada mais. Por outro lado, nomes como James Gunn, os irmãos Joe e Anthony Russo, Ryan Coogler, Sam Raimi, Kenneth Branagh, e até mesmo Jon Favreau e Joss Wheldon mostram que é possível, sim, deixar suas marcas ao mesmo tempo em que é preciso seguir a “fórmula Marvel” e manter a roda do MCU a girar. E é nesta segunda lista que está Taika Waititi, que retorna ao Universo Marvel dos cinemas em “Thor: Amor e trovão”, que estreia nesta quinta-feira (7).

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Quando um deus encontra seu diretor

Vencedor do Oscar de roteiro adaptado por “Jojo Rabbit” (2019), o cineasta neozelandês é conhecido, principalmente, pelo seu humor e timing cômico em produções como “A incrível aventura de Rick Baker”, “O que fazemos nas sombras” e “Flight of the Conchords”, ainda que também saiba conquistar o público quando os momentos dramáticos surgem. Foi Waititi que deu o novo tom do Deus do Trovão ao dirigir o ótimo “Thor: Ragnarok”, quando a comédia, o visual inspirado nas HQs desenhadas pelo mestre Jack Kirby (1917-1994) nos anos 60, a trilha sonora marcada por “Immigrant song”, do Led Zeppelin, e os temas de Mark Mothersbaugh (da banda Devo), e a busca de propósito de Thor ajustaram sua jornada no MCU.

Até então, o personagem tinha seu valor no Universo Cinematográfico Marvel, mas não era nenhum Homem de Ferro ou Capitão América em termos de popularidade. Muito disso se deve a uma falta de direcionamento das motivações e personalidade do personagem nos longas em que era o protagonista. O primeiro tentava ser um drama shakespeariano – o que explica a escolha de Kenneth Branagh, para o bem e para o mal -, enquanto o segundo é uma daquelas produções que poucos lembram qual era a história. Com uma bilheteria total de US$ 853 milhões – a melhor dos três filmes do personagem -, não surpreende que Taika Waititi, que também vai dirigir um filme do universo de “Star Wars”, ficasse responsável pela quarta aventura solo do deus asgardiano, baseada nos arcos “Carniceiro dos deuses” e “Thor: A Deusa do Trovão”.

Christian Bale entra para o MCU no papel do vilão Gorr, que tem como objetivo matar todos os deuses do universo (Foto: Reprodução)

Ana Raio e Zé Trovão

“Thor: Amor e Trovão” mostra o herói após os eventos de “Vingadores: Ultimato”, quando Thor Odinson (Chris Hemsworth) e os demais heróis conseguiram reverter os efeitos do plano de Thanos – que havia matado metade dos seres vivos do universo em “Vingadores: Guerra Infinita” – e derrotar em definitivo o Titã Louco. Após entregar o trono de Nova Asgard para Valquíria (Tessa Thompson), ele vai para o espaço ao lado dos Guardiões da Galáxia, mas logo parte em busca de paz de espírito e de um propósito para sua vida.

Os dias de “Thor paz e amor”, porém, não vão durar muito. Não demora para o herói descobrir que um alienígena conhecido como Gorr, o Carniceiro dos Deuses (Christian Bale, o Batman da trilogia de Christopher Nolan), tem assassinado incontáveis divindades do universo. Thor decide, então, que os dias de paz e contemplação precisam ficar para trás, a fim de impedir que a criatura continue sua chacina.

Para a missão, o asgardiano vai contar com a ajuda da Valquíria e de Korg (interpretado por Waititi). A jornada vai levá-lo até o Olimpo, na presença do próprio Zeus (Russell Crowe), e, para sua surpresa, vai reencontrar ninguém menos que Jane Foster (Natalie Portman), que assumiu o nome de Poderosa Thor ao empunhar o martelo Mjölnir – que havia sido destruído por Hela (Cate Blanchett) em “Ragnarok”. É a arma asgardiana, aliás, que impede o antigo par romântico do herói de sucumbir a um câncer terminal.

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