Tempo de lives: Corpo Coletivo é convidado para Quarentena Festival

Grupo de Juiz de Fora participa de evento virtual organizado pela companhia de teatro Os Satyros, de São Paulo, com artistas do Brasil e de mais nove países


Por Mauro Morais

06/04/2020 às 19h09- Atualizada 06/04/2020 às 21h52

Espetáculo transmitido on-line faz parte de projeto que a atriz Carú Rezende e sua companhia encenam em casas de anônimos. (Foto: Divulgação)

Reconhecidos por serem uma das companhias mais ousadas estética e politicamente do país, e também por terem um caráter agregador, Os Satyros não fogem à luta nem mesmo quando ficar em casa é regra maior. A companhia teatral de São Paulo com sede na revitalizada Praça Roosevelt organiza, desta segunda (6) até o próximo domingo (12), o Festival Quarentena, evento internacional com artistas brasileiros e de mais nove países, todos voluntários. Com o espetáculo “(In)cômodos: teatro em casa”, o Corpo Coletivo, grupo de Juiz de Fora, integra a programação desta terça (7), às 23h. A transmissão será feita via conta do Instagram da sede do coletivo: @oandardebaixo.

“As lives estão sendo processos bem enriquecedores. Estamos chegando a um público muito amplo. E de outra maneira tem forçado muito a gente a repensar a relação com o espectador, nesses estados de presença. É um outro tipo de presença: estamos ali, fazendo uma coisa ao vivo, para pessoas que estão assistindo ao vivo, mas não tem o contato físico. É uma forma de experimentarmos essas outras presenças”, discute o diretor e dramaturgo da companhia, Hussan Fadel, para quem as transmissões são uma forma de reinvenção numa arte tão tradicional e tão centrada na presença. “Estamos sendo descontruído para que nasça outra coisa”, acredita.

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Ao longo do dia, são muitas as lives de artistas, professores e outros profissionais que identificaram nas redes uma maneira de manter algum contato. A viabilidade econômica dos trabalhos está sendo discutida, garante Hussan. “Começamos a fazer essas lives por essa função social da arte, de romper com o isolamento, de apresentar alternativas de se relacionar. A partir disso e dos retornos que estamos tendo, da movimentação que estamos vendo, pensamos em outras formas de viabilizar a manutenção do espaço, que não exatamente é uma monetização direta do que fazemos ali durante as transmissões. Não é nosso pensamento inicial, mas pode acontecer”, pontua o artista, certo de que há uma urgência pela leveza em tempos tempestuosos.

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