Ano com chuvas acima do previsto

De acordo com dados do Inmet analisados pela Tribuna, 2018 teve 70% mais precipitações que o registrado em 2017


Por Eduardo Valente

31/12/2018 às 10h25

O volume de chuvas que caiu em Juiz de Fora ao longo de 2018 superou a média histórica prevista pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Tal fato não ocorria desde 2016, pois no ano passado o acumulado ficou aquém do esperado. Para se ter ideia, a temporada anterior resultou em 946,2 milímetros, enquanto que este ano, até o fechamento desta reportagem, na última sexta-feira (28), já havia chovido 1.631,3 milímetros na cidade, diferença superior a 70%.

As fortes tempestades registradas em dezembro contribuíram para a média histórica ser superada, entretanto, a tendência já era observada ao longo de todo o ano. Nos últimos 12 meses, incluindo dezembro, choveu em Juiz de Fora acima do previsto em sete ocasiões. Em 2017, isso ocorreu somente duas vezes, sendo que uma delas foi em maio, quando o acumulado é pouco significativo em razão do período de estiagem.

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Até a última sexta (28), choveu 1.661 milímetros em Juiz de Fora, contra 946 milímetros em 2017 (Foto: Marcelo Ribeiro)

Na cidade, chuvas regulares e até acima da média histórica estão sendo registradas desde novembro. E esta situação resultou na recuperação dos mananciais que abastecem o município. A Represa de São Pedro apresentava, na sexta-feira, acumulado de 87,1%, de acordo com a Cesama. Já João Penido estava com 82%, e Chapéu D’Uvas, 54%. Essa última, no entanto, tem dupla função, pois além de fornecer água para o município, também funciona como regulador do nível do Rio Paraibuna. Além disso, Chapéu D’Uvas é 11 vezes maior que João Penido, que até pouco tempo era a principal fonte de água de Juiz de Fora.

Fenômeno El Niño

Na semana passada, o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) divulgou a previsão climática para o próximo trimestre. Em parte da região Sudeste do país, incluindo a Zona da Mata de Minas Gerais, é baixa a previsibilidade com relação ao volume de chuvas. Conforme explicou a meteorologista Juliana Anoth, isso significa que não é possível estimar se as precipitações ficarão abaixo, dentro ou acima da média histórica. Entretanto, ela salientou que está em manifestação o fenômeno climatológico El Niño. Quando em atuação, há aumento significativo da temperatura das águas do Oceano Pacífico, trazendo alterações no regime de chuvas em grande parte do planeta.

No Sudeste brasileiro, as últimas aparições do El Niño causaram estiagem prolongada no período de instabilidade atmosférica, como nos anos de 2015 e 2014. Nesses anos, respectivamente, o acumulado foi de 1.266,3 e 994,5 milímetros. Por outro lado, 2013 foi o mais chuvoso dos últimos anos, alcançando 1.840,6 milímetros.

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