Chega a 77 número de vítimas de dona de agência de turismo presa por estelionato

Suspeita de 51 anos foi detida no último sábado pela Polícia Civil no Bairro Marilândia


Por Sandra Zanella

26/07/2017 às 14h17

 

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Setenta e sete pessoas já se apresentaram como vítimas no caso de estelionato envolvendo a proprietária de uma agência de turismo de Juiz de Fora, presa preventivamente no último sábado (22) pela Polícia Civil. O número foi divulgado nesta quarta-feira (26). Segundo o delegado responsável pelas investigações, Márcio Savino, os envolvidos ainda estão sendo ouvidos, e o inquérito deverá ser concluído até a próxima segunda. O prejuízo total estimado, principalmente com a compra não concretizada de dólares e euros, já ultrapassa R$ 600 mil.

Ainda segundo a Polícia Civil, a suspeita de 51 anos foi presa pela equipe da 7ª Delegacia no último sábado, quando chegava à casa de sua mãe no Bairro Marilândia, na Cidade Alta. Contra ela já havia um mandado de prisão preventiva solicitado pelo delegado e expedido pela Justiça. Segundo Savino, a mulher foi encaminhada à Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, onde permanece à disposição da Justiça.

O caso veio à tona depois de uma família fazer um investimento de cerca de R$ 80 mil para a compra de US$ 25 mil e não receber o dinheiro. As pessoas lesadas acionaram as polícias Militar e Civil, resultando em um boletim de ocorrência registrado no dia 16, com 24 vítimas, e na abertura de um inquérito para apurar o crime de estelionato. Os clientes informaram que, desde a descoberta do golpe, a agência Top Tour, onde seriam feitas as transações cambiais, manteve as portas fechadas na Avenida Rio Branco, no Centro.

O estelionato consistia na venda fictícia de moedas estrangeiras, como euro e dólar. A proprietária da agência recebia primeiro os valores correspondentes à compra em real, mas não fazia a entrega do dinheiro. Segundo a polícia, alguns clientes realizavam depósitos bancários, enquanto outros entregavam o dinheiro em mãos. A suposta estelionatária chegava a combinar uma data para a entrega, mas não cumpria o acordo e daria justificativas diversas. As 24 vítimas que fizeram o primeiro registro policial, com 27 páginas, denunciaram prejuízo em torno de R$ 220 mil. Algumas delas já teriam feito transações anteriores que deram certo, e outras contaram que chegaram à mulher por meio de indicações.

As demais vítimas foram orientadas a procurar diretamente a 7ª Delegacia, em Santa Terezinha, onde o caso é investigado. A Polícia Civil também teria cumprido mandados de busca e apreensão em endereços da suspeita, mas os detalhes do trabalho não estão sendo divulgados para não comprometer as investigações.

Uma das vítimas entrevistada pela Tribuna, 30, revelou ter sido lesada em R$ 5 mil durante transação cambial para uma viagem em outubro. A agente teria solicitado prazo de duas semanas para entregar as moedas estrangeiras, mas na data marcada teria dito estar passando mal e também teria apontado atraso do malote. No prazo seguinte, a suposta golpista teria alegado o falecimento de seu próprio pai.

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