Bingos clandestinos na mira da polícia


Por Marcos Araújo

24/09/2014 às 07h00- Atualizada 24/09/2014 às 17h30

A Polícia Civil irá adotar novas medidas para investigar a prática de jogos de azar no Centro de Juiz de Fora. De acordo com a titular da 7ª Delegacia, Ione Maria Moreira, como muitos apartamentos na área central têm servido para abrigar bingos clandestinos, a delegacia passará a intimar proprietários de imóveis, síndicos e representantes de imobiliárias. A medida se deve em função de haver muitas irregularidades no contrato desses imóveis. “Nomes fictícios têm sido utilizados para a assinatura desses contratos, e, em muitos, não há a informação do endereço de quem aluga. Esses imóveis estão sendo locados sem nenhuma investigação prévia. Isso acaba colaborando para a proliferação desses bingos”, ressaltou a delegada, acrescentando que o objetivo é ouvir os envolvidos no processo de locação a fim de chegar até o dono das máquinas de caça-níqueis, que são exploradas nesses locais.

Nos dias 18 e 19 de setembro, a equipe da 7ª Delegacia apreendeu 48 caça-níqueis durante ação no Centro da cidade. Como apontou a delegada, por meio de denúncia, os policiais chegaram até os locais e encontraram, logo na manhã, 18 máquinas em um estabelecimento na Rua Fonseca Hermes e 15 em um apartamento na Rua Barbosa Lima. À tarde, a equipe da 7ª Delegacia retornou ao último imóvel e apreendeu mais 15 máquinas. “Essa conduta mostra a ousadia desses maquineiros”, destaca Ione.
Ela ainda aponta que a delegacia vem recebendo diversas denúncias de vizinhos desses locais, que não aguentam mais a situação, como barulho, pessoas estranhas perambulando pelo prédio e forte cheiro de cigarro. “Também recebemos denúncias de familiares de jogadores que, na maioria das vezes, são idosos. Em um dos locais onde fizemos a apreensão, encontramos uma agenda com nomes e telefones de diversas senhoras, o que sugere que elas são contactadas quando há novos jogos. Isso é um absurdo. Recebemos a informação de que uma mulher adquiriu uma dívida de R$ 6 mil no jogo e não tem como quitar e, por isso, vem recebendo ameaças”, diz a delegada.
A policial informou que as ações que têm sido realizadas fazem parte da operação “Sorte grande”. “Vamos continuar com esse trabalho até exterminar o jogo de azar, pelo menos, na região central.”

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