Palestra na UFJF debate uso medicinal de compostos encontrados na maconha

Aplicação terapêutica de canabinoides será tema de evento gratuito e aberto à comunidade em geral


Por Tribuna

22/02/2018 às 10h58

O uso medicinal dos canabinoides, compostos químicos encontrados na maconha, será tema de uma palestra, nesta sexta-feira (23), ministrada pelo médico Paulo Fleury Teixeira, ativista pela legalização do uso medicinal da cannabis. O evento, promovido pelo Grupo de Apoio a Pais e Profissionais de Pessoas com Autismo (Gappa), em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), acontece no Anfiteatro das Pró-reitorias, no campus da UFJF, às 19h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas on-line ou na hora do evento.

Em entrevista ao portal da UFJF, o professor da Faculdade de Medicina Márcio Alves destacou que os canabinoides têm sido utilizados em inúmeros tratamentos medicinais, inclusive de pessoas autistas. Segundo ele, a palestra visa a detalhar o tema para auxiliar pais de autistas e pacientes com outras condições para as quais a cannabis se mostra vantajosa, além de ajudar profissionais que cuidam dessas pessoas a encontrarem acesso com segurança e qualidade ao tratamento indicado.

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“A iniciativa pretende tirar da clandestinidade essa temática, que é de alta relevância em diversos aspectos. A cannabis foi recentemente incluída como medicamento reconhecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Conselho Federal de Medicina também tem uma resolução recente sobre como prescrever os canabinoides. Além disso, a pesquisa e a tecnologia em cannabis medicinal têm tido um boom nos últimos dez anos, especialmente após o governo americano e outros países permitirem a continuidade das pesquisas com as substâncias proibidas. As evidências são tantas, principalmente em relação aos canabinoides, que as pessoas se arvoram a utilizar mesmo antes das regulamentações estarem disponíveis. Atualmente, nos Estados Unidos, Canadá, Europa, o uso terapêutico dos canabinoides já é uma realidade. No Brasil, já existem grupos ativistas que conseguiram avanços importantes, como o Grupo Abrace, que atua no Nordeste”, disse o professor, ao site da UFJF.

Após a palestra, haverá debate sobre a temática com a presença do palestrante, do professor Márcio Alves, da doutora em Psiconeurobiologia Sueli Mendonça Netto e da neuropediatra Valéria Modesto Barbosa Leal.

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