Chuvas próximas da média histórica


Por Eduardo Valente

21/12/2016 às 07h00- Atualizada 21/12/2016 às 08h43

Na cidade, em 2015 e 2014, o percentual de chuvas registrado foi, respectivamente, 76,7% e 60,2%. A exceção está em 2013, quando o volume foi 11,4% além do esperado (Foto: Marcelo Ribeiro)

Pela primeira vez em três anos, Juiz de Fora vai terminar um ano com chuvas dentro do previsto, conforme a média histórica de precipitações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Até ontem, o patamar alcançado era de 99,1%, o que representa 1.637,4 milímetros. Basta uma pancada de chuvas, de curta duração, de 14,4 milímetros, para o índice ser alcançado. É previsto que esta precipitação ocorra até o fim desta semana. Tal condição representa alívio para o abastecimento de água na cidade, mas também traz preocupações para moradores que vivem em áreas de risco.

Até agora, a Defesa Civil contabiliza 18% mais ocorrências na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 1.318 chamados atendimentos entre o início das chuvas, em outubro, e ontem. Na mais grave delas até o momento, mãe e filho morreram soterrados após o escorregamento de um talude, no Bairro São Mateus, dia 13.

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O volume de chuva também se reflete nos mananciais que abastecem o município. Ontem, a Represa João Penido estava 81% preenchida, a de São Pedro, 90,1% e a de Chapéu D’Uvas 70,6%. No mesmo dia, em 2015, as três represas estavam com 47,7%, 91,3% e 56,7%. A Cesama não considera a diferença do manancial São Pedro por causa do seu tamanho reduzido, o que ocasiona maior variabilidade ao longo do ano. Por este resultado, já informou que a cidade está livre dos riscos de racionamento de água para o próximo período de estiagem, a partir de abril.

Fase neutra

De acordo com o meteorologista Luiz Ladeia, do 5º Distrito do Inmet, a maior concentração de chuvas é resultado do período de instabilidade neutro, ou seja, sem a influência do fenômeno climatológico El Niño. Quando em atuação, como foi nos últimos anos, há uma interferência na distribuição das precipitações, por causa do aquecimento das águas do Pacífico.”Novembro ainda choveu muito acima da média, mas dezembro já se comporta dentro de uma normal, mesmo ainda um pouco aquém do previsto. A perspectiva, agora, é que o resto do período seja típico.”

Verão começa hoje

Já é verão no Hemisfério Sul. A estação mais quente do ano começou às 7h44, conforme o horário brasileiro de verão. Segundo Ladeia, os próximos meses devem ser de calor, principalmente janeiro e março. Fevereiro tende a se comportar com os termômetros um pouco abaixo do esperado. Na Zona da Mata, as máximas devem oscilar entre 24 e 32 graus.

A distribuição das chuvas também fica mais regular, por causa da fase considerada neutra. Desta forma, as pancadas típicas da estação podem ocorrer com frequência, assim como dias contínuos de precipitações. A instabilidade será causada tanto pelo aquecimento diurno como pela aproximação das frentes frias associadas ao ar quente que vem da Amazônia, a Zona de Convergência do Atlântico Sul.

Primavera

A primavera foi marcada pelas fortes pancadas de chuvas e grande variação térmica. O dia mais quente foi 19 de outubro, com 35,6 graus, e o mais frio 20 de novembro, quando a mínima registrada foi de 10,6 graus.

As precipitações acima de um milímetro foram observadas em 38 dias, sendo o maior acumulado em 13 de novembro, com 73,6 milímetros. Na última primavera, foram 45 dias de chuvas, mas com acumulado inferior ao observado este ano.

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