Audiência pública discute futuro da BR-440

Com obras paradas há cinco anos, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente avalia o licenciamento ambiental para deferir ou não o reinício das atividades.


Por Eduardo Valente

21/09/2017 às 18h33

(Foto: Marcelo Ribeiro)

A Câmara Municipal promoveu mais uma audiência pública, na tarde desta quinta-feira (21), para discutir a situação da BR-440. No encontro, com ampla participação de moradores da Cidade Alta e representantes de entidades ligadas à causa, foi reforçada a necessidade de as obras, interrompidas há cinco anos, serem retomadas tendo como foco a implantação de uma via urbana, e não uma estrada. Atualmente, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, em Belo Horizonte, avalia o licenciamento ambiental para deferir ou não o reinício das atividades.

Durante o encontro, moradores lamentaram os transtornos causados pela obra feita à metade. Entre eles, o retorno da água de esgoto para as propriedades e os perigos no tráfego urbano. Também há preocupação com o interesse do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) em desapropriar dezenas de casas para a complementação do traçado. Segundo a professora da UFJF Letícia Zambrano, que também é presidente do Conselho Municipal de Habitação, a estimativa é que mais de 2.600 pessoas sejam afetadas, caso o processo prossiga.

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No momento mais caloroso da audiência, o representante do Dnit, engenheiro Abdo Hallack, disse que todos os esclarecimentos estão sendo prestados aos órgãos competentes para o reinício dos trabalhos, tendo como meta a finalização de uma rodovia. No entanto, ele pediu a palavra para desabafar como cidadão de Juiz de Fora. “Aquela obra foi pensada há muitos anos para ligar a BR-267 (Avenida Brasil) à BR-040. Mas eram outras condições da cidade, e a ideia na época era desviar o tráfego de caminhões que hoje passa pelo Centro. Mas a cidade cresceu, sem planejamento, e esta obra caiu no colo do Dnit, que precisa fazer uma BR. Agora, se a ideia não é mais ligar as duas estradas, então que mudasse o projeto à época.”

Questionado pelos vereadores Roberto Cupolillo (Betão, BT) e Sargento Mello (PTB) sobre a hipótese de se alterar a concepção original, o engenheiro disse não saber o que precisa ser feito. “Não sei se é possível e qual o caminho, mas imagino que seja numa esfera mais alta. Torno a dizer, como cidadão: somos um órgão executor, não inventamos nada disso.”

Os secretários de Transporte e Trânsito, Rodrigo Tortoriello, e de Meio Ambiente, Luiz Cláudio Santos Pinto, disseram que a Prefeitura não pode assumir a retomada das obras, que ainda estão na competência do Dnit. E uma das barreiras seria a questão financeira.

 

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