Reitor da UFJF garante equilíbrio orçamentário e financeiro

Instituição tem conseguido manter o orçamento com arrecadação própria, completando verba insuficiente encaminhada pelo Governo federal


Por Rafaela Carvalho

20/04/2018 às 20h40

Segundo o reitor, o valor de R$ 16 milhões obtido desta forma é resultado de superávit da universidade em anos anteriores a 2015 (Foto: Marcelo Ribeiro)

O reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcus Vinícius David, se reuniu com a comunidade acadêmica e com a imprensa nesta sexta-feira (20) para fazer um balanço da primeira metade da sua gestão. Completando dois anos à frente da Reitoria neste mês, o reitor garantiu equilíbrio orçamentário e financeiro para os próximos dois anos na universidade e falou sobre a proposta de planejamento que será elaborada junto à comunidade acadêmica, com o objetivo de alcançar a excelência na universidade.

Durante entrevista coletiva à imprensa, Marcus David apresentou números referentes ao orçamento previsto para a UFJF neste ano. De acordo com ele, o gasto projetado era de R$ 106 milhões, mas apenas R$ 70 milhões foram cedidos pelo Governo federal. O déficit de R$ 36 milhões foi coberto com medidas da própria universidade. “Fechamos essa conta e garantimos o equilíbrio em razão da nossa arrecadação própria, com cobrança de pequenas taxas e de projetos, por meio da qual obtivemos R$ 20 milhões, e do esforço em recuperar créditos de gestões anteriores, que ainda não tinham sido liberados pelo Ministério da Educação (MEC).” Segundo o reitor, o valor de R$ 16 milhões obtido desta forma é resultado de superávit da universidade em anos anteriores a 2015.

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Embora a medida tenha garantido a manutenção da universidade até o fim do próximo ano, o reitor explicou que o modelo de financiamento que vem sendo adotado não é o ideal. “Essas duas fontes não são seguras e perenes para garantir o funcionamento permanente da universidade. O ideal seria que o governo destinasse a quantidade total de recurso necessário, e que essas captações permitissem a realização de projetos adicionais e inovações na universidade.”

Sobre o planejamento para os próximos dois anos, Marcus David garantiu que vai manter um modelo “democrático, transparente e participativo”. A proposta é ouvir toda a comunidade acadêmica, a partir de maio, para a criação de um projeto que leve integração entre todas as áreas da universidade, “dentro do modelo de excelência acadêmica que defendemos para as universidades, que seja capaz de conciliar as necessidades de avanços científicos e tecnológicos, mas com a formação de profissionais críticos. Será um programa profundamente integrado, feito por meio de uma discussão com toda a comunidade para estabelecer metas e planejamentos estratégicos”, destaca.

Questionado sobre as principais preocupações para os próximos anos, o reitor falou sobre o teto de gastos e o subfinanciamento das universidades, já que, apesar de gerar receitas próprias, a maior parte dos recursos é encaminhada pelo Governo federal. “2018 é um ano de muitas incertezas, e esse governo vem sendo muito errático. As únicas coisas que não existem hoje para um gestor público do Governo federal são estabilidade e garantias. Estamos vulneráveis sob este aspecto. Tivemos um crescimento com pessoal de quase 18% de 2017 para 2018. Com o teto de gastos, o governo vai tirar esse valor de onde? Das outras despesas. Essa é a grande preocupação. Os analistas já sinalizam que o Governo não vai conseguir fechar o orçamento, e isso vai nos afetar.”

Obras
Marcus David também falou sobre as obras em andamento e já entregues pela universidade, assunto polêmico e muito cobrado pela comunidade acadêmica. De acordo com ele, cerca de um terço de todas as obras da universidade que estavam pendentes quando ele assumiu já foram entregues, e a expectativa é que os problemas orçamentários de mais um terço sejam solucionados. “Temos um parecer da Advocacia Geral da União (AGU) que pode se configurar em soluções para, pelo menos, mais oito obras, para as quais também há créditos ainda retidos. Ainda precisamos elaborar um cronograma operacional e ajustes nos projetos técnicos”.

Os três principais desafios nesta área continuam sendo o Hospital Universitário (HU), o campus de Governador Valadares e o teleférico, sendo que o HU pode estar perto de um primeiro andamento. “Temos a expectativa de fazer o lançamento de um edital de licitação de dois blocos do HU até o meio do ano. Não será no bloco principal, estamos resolvendo isso, mas sempre com acompanhamento dos órgãos de controle para evitar possíveis problemas.”

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