Comissão deve estudar implantação de ponto na UFJF


Por Julia Campos

18/04/2017 às 08h09

Após a decisão pela implantação do controle eletrônico de assiduidade e pontualidade dos servidores técnico-administrativos pela Administração Superior da UFJF em março, a instituição se comunicou por meio de nota, explicando o caminho percorrido desde 2015. Uma comissão deve avaliar a forma de adoção do sistema, em reuniões que começam hoje. A apresentação de uma proposta deve acontecer no prazo de 60 dias, de acordo com o informe publicado pela universidade.
O Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino em Juiz de Fora (Sintufejuf) destacou que ocorreram discordâncias sobre o sistema. Eles consideram que o Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (Siga), utilizado atualmente, dá conta de controlar a assiduidade. “Já sendo eletrônico, gera um relatório mensal que é atestado pelas chefias de cada setor. Além disso, a UFJF possui um programa de avaliação de desempenho dos técnicos administrativos em educação (Proades), que pactua metas coletivas e individuais de cada trabalhador e que são acompanhadas regularmente. A instituição também se autoavalia anualmente através da Comissão Própria de Avaliação (CPA). Todas estas formas são mais modernas e eficazes para avaliar se os trabalhadores estão contribuindo com a função social da universidade, que um controle mais rígido como se quer implementar”, pontua o técnico-administrativo em Educação Flávio Sereno, que participa da comissão.
A categoria vai continuar a participar das reuniões, conforme Sereno, para expor as preocupações dos servidores sobre o novo modelo a ser adotado. “Entre elas está a perda de qualidade do serviço prestado devido à heterogeneidade da categoria que engloba várias profissões e atividades diversas. Também avaliamos o risco de aumento dos casos de assédio moral, hoje já subnotificados na instituição. Além disso, nos preocupa o possível uso de mecanismos de controle, como cerceamento de atividades sindicais ou inibidores do exercício do direito de greve, como o Governo tentou fazer o ano passado, determinando corte de salários dos trabalhadores das universidades públicas brasileiras.”
Na nota, a UFJF reiterou que a Reitoria manteve diálogo aberto com os TAEs sobre os encaminhamentos a serem adotados, sempre cumprindo com os acordos estabelecidos. “A Reitoria, desde o início das discussões sobre a temática, deixou claro sua posição sobre a questão, afirmando a inexistência de espaço jurídico para não cumprir a legislação relativa ao ponto eletrônico.”

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