Trecho da BR-267 passa para responsabilidade da PM

Segmento apresenta histórico de acidentes graves envolvendo veículos pesados, como o tombamento de carreta, com etanol, que deixou via fechada por três dias. Polícia Militar Rodoviária promete abordagens constantes no trecho


Por Eduardo Valente

17/12/2017 às 07h00

(Foto: Leonardo Costa)

Desde o mês passado, o trecho da Estrada União e Indústria que coincide com a rodovia BR-267 é de responsabilidade da 4ª Companhia Independente de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário (4ª Cia.Ind.Mat.). A mudança ocorreu após um convênio firmado com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), segundo o tenente Jader Augusto Oliveira, comandante do 1º Pelotão de Trânsito Rodoviário da PM. De acordo com ele, com a alteração, será possível dar mais atenção ao segmento, que tem histórico de acidentes graves, muitos deles envolvendo caminhões que transportam, inclusive, cargas perigosas. Passa a ser de competência da PM o trecho da BR-267 entre a Vila Ideal e o Bairro Retiro, ambos na região Sudeste, e também o segmento entre a Avenida JK e a rodovia BR-040, na altura do Bairro Santa Lúcia, Zona Norte, que corresponde à mesma rodovia. A outra parte da estrada, que vai do trevo da Usina de Marmelos em direção a Matias Barbosa já era de competência da corporação, por se tratar da LMG-874.

A segurança viária na União e Indústria é preocupação daqueles que passam no entorno. A situação ficou evidente este ano, quando acidentes graves chegaram até a interromper o fluxo em ambos os sentidos. No caso mais impactante, em agosto, uma carreta que transportava 45 mil litros de etanol tombou em uma curva, próxima à Usina de Marmelos, impedindo o fluxo no trecho por três dias. Por esta razão, moradores de bairros daquela área chegaram a ficar sem atendimento do transporte público por quase 24 horas.

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Mais recentemente, em outubro, uma batida envolvendo uma cegonheira e um caminhão deixou um motorista com ferimentos graves e, mais uma vez, as pistas fechadas para ambos os sentidos. No caso mais recente, no início de novembro, a motorista de um Sandero ficou ferida após o carro cair em um barranco de aproximadamente dez metros. O acidente ocorreu após ela tentar desviar de uma carreta, que tombou na pista, também próximo à usina.

‘Velocidade incompatível’

O administrador Edson Ribeiro, 30 anos, mora próximo à usina. Segundo ele, após o tombamento da carreta de etanol, em agosto, a tensão por novos acidentes, ainda mais graves, o motivou a pedir providências ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Na época, foi enviado um e-mail ao órgão solicitando a instalação de radares ou outros dispositivos de segurança. “Não tive qualquer resposta. O que observo naquele trecho é que muitos caminhoneiros trafegam com a velocidade incompatível com a capacidade da estrada. Não sei se por abuso ou falta de conhecimento”, disse, afirmando que o fluxo de veículos pesados é intenso ao longo de todo o dia, principalmente pelo fato de a Estrada União e Indústria ser acesso alternativo para quem trafega na rodovia BR-040 em direção ao Estado do Rio de Janeiro, além de permitir o acesso à BR-116, em Leopoldina.

A Tribuna voltou à estrada esta semana. O segmento que coincide com a BR-267 apresenta asfalto e sinalizações em boas condições, embora a geometria da via, antiga, impeça o emprego de velocidades mais altas. Mesmo assim, o abuso é flagrante, tanto de carros e motos como também de caminhões que, em vários trechos, fazem ultrapassagens em locais proibidos e perigosos.

O Dnit foi procurado pela reportagem para falar sobre a estrada e a possibilidade de instalar novos radares ou outros dispositivos de segurança. No entanto, até o fechamento desta edição, não havia respondido aos questionamentos do jornal.

Malha estadual

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A União e Indústria também é LMG-874, logo após a usina em direção a Matias Barbosa, a partir do Bairro Granjas Bethel. Assim como na estrada de competência da União, a condição também é boa, e equipes do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG) fizeram, na última semana de novembro, trabalhos de corte da vegetação e desobstrução das canaletas de captação de água pluvial. Aliás, a LMG-874 possui radares em operação desde o ano passado.
Legenda Comunidade do entorno teme o alto fluxo de veículos no local e pede a instalação de radares e de outros dispositivos de segurança

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