Juiz de Fora volta a liderar ranking da febre amarela no estado

Município já registrou 30 internações e nove óbitos em decorrência da doença. Imunização alcançou índice de 100% na região


Por Tribuna

17/04/2018 às 16h33

Dados do novo boletim epidemiológico da febre amarela, divulgado nesta terça-feira (17) pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG), apontam que Juiz de Fora voltou a liderar o ranking da doença no estado. Com nove óbitos e 30 internações, duas a mais em comparação ao último boletim, a cidade ultrapassou Mariana (38 casos), localizada na região metropolitana, e é o município com mais casos de febre amarela atualmente. No total, já foram confirmados 467 registros da doença em Minas somente neste ano, com 155 óbitos.

Além dos 39 casos em Juiz de Fora, outros 16 municípios pertencentes à Gerência Regional de Saúde (GRS) de Juiz de Fora também tiveram confirmações da enfermidade. O boletim divulgado nesta terça traz novidades sobre Matias Barbosa, onde duas novas internações pela doença foram confirmadas. A cidade já soma quatro registros em pacientes hospitalizados e duas mortes. Piau e Santa Bárbara do Monte Verde também registraram um novo caso cada. No total, a GRS já tem 79 confirmações de febre amarela, sendo 33 óbitos.

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O informe epidemiológico também traz novidades sobre a GRS de Ubá. A região já vem sofrendo com uma epidemia de dengue e, conforme o boletim, tem também novos casos de febre amarela. Muriaé e Ubá, que ainda não tinham nenhum caso confirmado da doença, aparecem no boletim atualizado com uma internação em cada cidade. Em Presidente Bernardes, onde já havia duas mortes e cinco casos em pacientes vivos, uma nova internação foi confirmada. A região já tem 15 confirmações de infecção por febre amarela, sendo três óbitos.

As gerências de Barbacena e Ponte Nova, que também abrangem municípios da Zona da Mata, registraram aumento de quatro casos em pacientes vivos e dois óbitos, respectivamente. Na regional de Saúde de Leopoldina, apenas Santo Antônio do Aventureiro já teve confirmações da doença, com uma morte.

Cobertura vacinal

O informe epidemiológico da febre amarela também atualizou os dados de vacinações no estado. Conforme o documento, a regional de Juiz de Fora, que abrange 37 municípios, teria alcançado 100% de cobertura. Em todo o estado, a cobertura vacinal está em torno de 94,10%, sendo que há estimativa de que 1,1 milhão de mineiros ainda não se imunizaram. Além de Juiz de Fora, Barbacena, Itabira, Januária, Teófilo Otoni e Unaí são as regionais que atingiram 100% de cobertura. Outras 18 GRS ainda estão com a vacinação abaixo dos 95% preconizados pelo Ministério da Saúde.

Surto se aproxima de números do ano passado

Em todo o estado, 312 casos em pacientes vivos foram confirmados, com 155 mortes em decorrência da doença somente neste ano. Os dados são referentes ao período de monitoramento que compreende julho de 2017 a junho de 2018. Os números já se aproximam dos dados referentes ao surto registrado na contagem anterior, quando 475 casos foram confirmados, com 162 óbitos, entre julho de 2016 e junho de 2017. Ainda conforme boletim da SES, outras 480 suspeitas e 19 óbitos continuam em investigação.

Do total de casos confirmados, 405 pacientes são do sexo masculino e 62 do sexo feminino, sendo que, dentre os 155 pacientes que evoluíram para óbito, 11 eram mulheres. A média de idade dos casos confirmados é de 48 anos, sendo que a faixa etária mais atingida pela doença é a de pessoas com idades entre 40 a 49 anos. Conforme os dados, a letalidade da febre amarela é de 33,2% atualmente. No total, há 11 pacientes vacinados que, mesmo assim, acabaram sendo diagnosticados com febre amarela por meio de exames laboratoriais.

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Apesar de as confirmações sobre os casos da doença ainda crescerem, os descartes vem aumentando em maior proporção. Desde o último boletim epidemiológico, divulgado em 3 de abril, aumentou em 117 o número de casos que não se confirmaram. O índice é bem maior que o aumento de 21 confirmações da doença, no mesmo período. Desde julho de 2017, 455 internações e 32 óbitos não tiveram relação com a febre amarela, apesar das suspeitas.

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