Som alto no fone de ouvido ameaça audição de jovens

Mais de um bilhão de pessoas no mundo corre o risco de desenvolver problemas auditivos diante da exposição prolongada e excessiva a sons em volume alto


Por Agência Estado

16/02/2019 às 17h43- Atualizada 18/02/2019 às 19h57

Na avaliação da OMS, chegou o momento de que padrões sejam adotados para evitar tantas perdas auditivas (Foto: Pixabay)

Genebra – Mais de 1 bilhão de jovens no mundo corre o risco de desenvolver problemas auditivos diante de uma exposição prolongada e excessiva a sons em volume alto, principalmente por meio de fones de ouvido. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS) que, na última semana, publicou novos padrões para a produção de produtos tecnológicos que, segundo a entidade, estão contribuindo para a atual situação. A estimativa é de que o risco atinge 50% da população entre 12 e 35 anos de idade.

Em um projeto que colocou lado a lado a OMS e a União Internacional de Telecomunicações, especialistas do setor de saúde e de tecnologia estabeleceram parâmetros para que a indústria siga, inclusive na produção de celulares, smartphones e outros aparelhos.

PUBLICIDADE

Hoje, cerca de 5% da população mundial, aproximadamente 466 milhões de pessoas, têm problemas auditivos, com um custo anual para a economia global de US$ 750 bilhões. Até 2050, a estimativa é de que esse número supere a marca de 900 milhões de pessoas.  Na avaliação da OMS, porém, chegou o momento de que padrões sejam adotados. A recomendação é para que as empresas passem a colocar opções de limite automático de volume nos aparelhos, inclusive com aplicativos que possam ser controlados pelos pais.

A outra recomendação é para que os aparelhos possam medir, por meio de softwares, a exposição do usuário ao som e que possam calcular o percentual do dia diante desse risco. “Hoje, não temos exatamente como saber se estamos ouvindo a música em um volume adequado ou não. É como dirigir um carro em uma estrada sem os ponteiros de velocidade nos carros”, disse Shelly Chadha, especialista da OMS. “O que estamos recomendando é construir um ponteiro de velocidade para esse som”, disse.
Segundo ela, são os governos que precisam estabelecer os padrões e, assim, exigir que os produtos possam seguir as recomendações.

Na Europa, alguns dos países já adotam exigências de que colocar cores nos volumes de celulares, mostrando em cores vermelhas sobre um eventual excesso. Mas isso, na avaliação da OMS, não seria suficiente. “Dado que temos o know-how tecnológico para impedir a perda auditiva, não podemos simplesmente permitir que crianças sofram com isso ao escutar música”, disse Tedros Ghebreyesus, diretor executivo da OMS. “Eles precisam entender que, uma vez perdida a audição, ela não retorna”, alertou.

Ainda de acordo com a OMS, quanto mais alto o volume, menor é o tempo que a pessoa pode utilizar os fones de ouvido em segurança. Ao diminuir o volume, é possível continuar fazendo uso do dispositivo sem prejudicar a audição. Um exemplo dado pela entidade é que, se o nível de som ficar abaixo dos 80 decibéis, é possível ouvir música em segurança por até 40 horas por semana. No caso de crianças, o índice cai para 75 decibéis.

Ao utilizar fones de ouvido, o ideal é que o volume seja ajustado em menos de 60% do máximo que pode ser alcançado. O equipamento deve estar ajustado e, se possível, ter cancelamento de ruído, como os fones que cobrem toda a orelha do usuário. Na avaliação da OMS, chegou o momento de que padrões sejam adotados para evitar tantas perdas auditivas

O conteúdo continua após o anúncio

Tópicos: saúde

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.