Servidores da educação mantém paralisação em Juiz de Fora

Professores da rede municipal se reuniram na tarde desta quinta na Praça da Estação; docentes do estado seguem sem pagamento


Por Tribuna

14/06/2018 às 20h50

Professores municipais se reuniram na Praça da Estação em protesto contra a Prefeitura (Foto: Marcelo Ribeiro)

Professores das redes municipal e estadual de Juiz de Fora paralisaram as atividades nesta quinta-feira (14). Por parte dos docentes municipais, a paralisação dá início à greve da categoria, após decisão deliberada em assembleia realizada na última sexta. Já entre os professores estaduais, o motivo é a falta de pagamento da primeira parcela dos salários, que estava prevista para esta quarta, mas não ocorreu.

De acordo com o Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro-JF), que representa o magistério municipal, 55% da categoria paralisou as atividades no primeiro dia de greve. No entanto, segundo a Secretaria de Educação, apenas três escolas suspederam atividades. Na manhã desta quinta, lideranças sindicais e representantes da Prefeitura de Juiz de Fora se reuniram para dar início às negociações da pauta grevista. À tarde, por volta das 15h30, a categoria realizou o primeiro protesto da mobilização grevista. A ação ocorreu na Praça da Estação, no Centro. A informação é de que a paralisação ocorrerá por tempo indeterminado. A categoria afirmou que continuará se mobilizando para esclarecer e ampliar o movimento dentro da rede municipal.

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Os docentes pleiteiam a revogação de gatilho legal que autoriza o Executivo a conceder reajustes diferenciados nas situações em que os salários dos professores da base da carreira estiverem abaixo do piso nacional da categoria. A prerrogativa integra o “artigo 9º” da legislação municipal e está em vigor desde 2015. O dispositivo é visto como prejudicial, por resultar em achatamento do plano de carreira dos servidores. Os trabalhadores também pedem reajuste de 6,81% para todo o quadro do magistério, tendo como referência o índice de correção do piso nacional dos professores, definido pelo Ministério da Educação (MEC) e válido desde janeiro.

Conforme a coordenadora do Sinpro, Lúcia Lacerda, o sindicato “está disposto a discutir formas de reajustar a situação, mas a Prefeitura, infelizmente, parece irredutível”. Em nota, a PJF informou que fez um apelo ao Sinpro e à categoria para que mantenham as atividades nas escolas e as aulas aos mais de 40 mil alunos. A administração municipal disse que cinco reuniões referentes à pauta de reivindicações de 2018 já foram realizadas, e que o Município já apresentou duas propostas de reajuste salarial, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado entre janeiro e dezembro de 2017, de 2,95%, a ser pago de forma escalonada durante o ano. A pasta reforçou, ainda, que mantém-se aberta ao diálogo com todas as categorias de servidores.

Estado atribui atraso no pagamento à greve dos caminhoneiros

Os servidores estaduais também estão com atividades paralisadas. Conforme o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) subsede Juiz de Fora, será mantida a paralisação total das atividades dos servidores estaduais da educação, em razão da falta de pagamento da primeira parcela dos salários, previsto para esta quarta-feira. Desde a última segunda, a categoria está paralisada. Não há, no entanto, levantamento do número de escolas cujas aulas foram suspensas nesta quinta.

De acordo com a diretora de comunicação da subsede do Sind-UTE, Yara Aquino, o Estado alega que o atraso ocorre em virtude da greve dos caminhoneiros. “Os servidores estão muito indignados, contavam que teriam pagamento para pagar suas dívidas, que já estão sendo pagas com atraso, já que não recebemos no quinto dia útil do mês. Como o pagamento não caiu, a categoria está parada. Mais uma vez o Governo Pimentel trai a categoria”, afirmou. No início de junho, a Tribuna noticiou que o mesmo problema afetou a quitação da terceira parcela dos salários de maio.

Em nota, a Secretaria Estadual da Fazenda afirmou, por meio de nota, que, devido ao reflexo do movimento de paralisação nacional dos caminhoneiros, a arrecadação tributária do Estado sofreu redução de R$ 340 milhões em relação à expectativa para os primeiros 11 dias de junho, não sendo possível depositar a primeira parcela do salário da totalidade dos servidores do Executivo. “Os depósitos continuarão sendo feitos à medida que o fluxo de caixa for se normalizando. As datas de pagamento da segunda e da terceira parcelas permanecem inalteradas”, informou.

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