Sinpro diz que demissões de docentes na Estácio passam de 60 em Juiz de Fora

Diante deste quadro, cerca de 20 manifestantes se reuniram, nesta segunda-feira (11), em frente ao portão da instituição de ensino, no Bairro Cruzeiro do Sul, para protestar.


Por Marcio Santos

11/12/2017 às 20h51- Atualizada 11/12/2017 às 21h35

Manifestação aconteceu no final da tarde desta segunda-feira, em frente ao portão da Estácio (Foto: Marcelo Ribeiro)

Já passa de 60 o número de professores demitidos na unidade local da Estácio de Sá na última semana. O dado foi divulgado pelo Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro-JF). Diante deste quadro, cerca de 20 manifestantes se reuniram, nesta segunda-feira (11), em frente ao portão da instituição de ensino, no Bairro Cruzeiro do Sul, para protestar. De acordo com a coordenadora geral do Sinpro-JF, Aparecida Oliveira, as demissões em massa aconteceram de forma arbitrária, pois foram encorajadas pela reforma trabalhista. Segundo ela, a preocupação do sindicato é com a desvalorização dos profissionais da educação, da qualidade de ensino e da formação inadequada dos alunos. “Estamos com várias homologações no sindicato que estão sendo analisadas pelo nosso departamento jurídico. A nossa preocupação é que outras instituições de ensino façam o mesmo. Por isso viemos aqui protestar. Além disso o movimento, que é nacional, trabalha com a proposta de que a Estácio revogue as demissões.”

Além de integrantes do Sinpro-JF, membros da União Estadual dos Estudantes (UEE) participaram do ato. Eles distribuíram panfletos aos alunos da Estácio, convidando-os para fazerem um movimento contra a precarização do ensino na instituição.

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Por meio de nota, a Estácio em Juiz de Fora se posicionou dizendo que o Grupo Estácio promoveu, ao fim do segundo semestre letivo de 2017, uma reorganização em sua base de docentes. O processo envolveu o desligamento de profissionais da área de ensino do grupo e o lançamento de um cadastro de reserva de docentes para atender possíveis demandas nos próximos semestres, de acordo com as evoluções curriculares. Ainda por meio da nota, a instituição afirma que esta reestruturação não tem relação com as novas regras estipuladas pela chamada “Reforma Trabalhista”. Segundo a Estácio, as novas contratações ocorrerão exatamente no mesmo regime de trabalho dos professores que estão sendo desligados. “Portanto, a alegação de que a companhia supostamente estaria realizando um desligamento em massa para se beneficiar das novas regras trabalhistas não procede. Não se trata de recontratação dos mesmos professores que estão sendo desligados. A legislação brasileira determina que eventuais desligamentos de professores só ocorram em janela muito restrita, o que faz com que o volume de desligamentos fique concentrado em curto espaço de tempo. Prova disso, é que não há desligamentos de docentes ao longo dos demais meses do semestre.”

Ainda segundo a nota, a reestruturação está levando em consideração a qualificação dos professores de acordo com exigências do órgão regulador. “A Estácio manterá o mesmo rigor na contratação de seus docentes. A instituição reafirma seu compromisso em manter a qualidade de ensino que conquistou com muito trabalho ao longo dos últimos anos.” A Estácio não divulgou números relacionados a essa reestruturação, mas confirmou que já está com processo seletivo aberto para contratação de novos docentes.

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