Ceresp tem mais que o triplo de sua lotação máxima


Por Tribuna

11/09/2015 às 18h06

Pouco mais de um ano após o motim que deixou 23 detentos feridos, ocorrido em agosto passado, a superlotação no Ceresp de Juiz de Fora volta a chamar a atenção. Atualmente a unidade prisional, projetada para abrigar 332 detentos, tem 1.077 presos. O dado é da Secretaria de Estado e de Defesa Social (Seds). Apesar da abertura de uma cadeia em Bicas no último mês, conforme o juiz da Vara de Execuções Criminais, Daniel Raché, a situação no Ceresp só deve ser amenizada no final do mês que vem, quando a maioria dos detentos vindos de Governador Valadares retornam ao presídio de origem. O magistrado comentou que o número grande de acautelados se deve ao aumento na criminalidade na cidade e ao inchaço provocado pelas transferências de Governador Valadares.

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Conforme Daniel Raché, após a abertura da unidade de Bicas, 35 acautelados que estavam no Ceresp foram transferidos para o local. A expectativa é que, na próxima semana, mais 35 sejam levados para a nova cadeia. Segundo ele, cerca de um terço dos 170 presos que vieram de Governador Valadares, após uma rebelião na unidade ocorrida em junho, já deixaram o Ceresp. “O restante só deve ser transferido a partir de 21 de outubro, quando está prevista a inauguração de uma obra na unidade, onde eles voltarão a ser abrigados. Além disto, em dezembro será aberto um anexo na Penitenciária Edson Cavalieri, com isto, esperamos ter um alívio nesta situação”, disse o juiz, destacando que, no ano passado, a unidade prisional chegou a abrigar 1.200 reclusos.

Em junho deste ano, quando a cadeia tinha cerca de 830 presos, a 4ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-JF), Defensoria Pública, Assembleia Legislativa, por meio do deputado estadual Isauro Calais (PMN), e Pastoral Carcerária, pediu à Justiça interdição parcial das unidades prisionais. Em abril, a OAB havia oficiado também o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Conforme o presidente da Subseção Juiz de Fora da OAB, Denilson Closato, o pedido de interdição não foi acatado. “A Vara de Execuções Criminais disse que ocorreriam transferências, não temos conhecimento se elas ocorreram. O fato é que não podemos fechar os olhos para esta situação,é lamentável”, comentou.

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