Especialista dá dicas sobre como se proteger do Aedes aegypti

Segundo infectologista, é essencial se preocupar com a proteção, principalmente em locais onde há maior número de mosquitos


Por Rafaela Carvalho

10/02/2018 às 07h00

Especialista destaca que repelente ainda é a melhor forma de se prevenir (Foto: UFJF)

Com a aproximação do carnaval, cresce o trânsito de foliões entre as cidades. Muitas pessoas viajam e visitam destinos como Belo Horizonte, Diamantina e Cabo Frio (RJ). Na Zona da Mata, Mar de Espanha, Matias Barbosa e São João Nepomuceno são alguns dos municípios que recebem mais visitantes. No entanto, apesar do clima de descontração, é preciso ter cuidado para não descuidar da proteção contra a dengue, zika e chikungunya, já que o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (Liraa) de alguns municípios demonstram situação de alerta ou, até mesmo, risco de surto. Por isso, o repelente deve ser item essencial para toda a população.

Segundo o infectologista e chefe do setor de Vigilância em Saúde do Hospital Universitário da UFJF, Rodrigo Daniel de Souza, é essencial se preocupar com a proteção, principalmente em locais onde há maior número de mosquitos. Independente disso, o repelente é a melhor forma de se prevenir. Mas é preciso ter atenção com as especificidades de cada marca. “Cada repelente tem um tempo de reaplicação diferente, então deve-se observar essa questão e também a concentração da substância química do produto. Aqueles mais ralos, com concentração mais baixa, são menos eficazes, já que os mosquitos são expelidos pelo cheiro.” A orientação é aplicar o produto na pele e por cima da roupa, para evitar picadas. O tempo de reaplicação também é importante para quem pretende visitar cachoeiras e praias.

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Para quem vai dormir em locais onde pode haver mosquitos, a dica é barrar a entrada dos insetos. “Deve-se dar preferência para locais com mosquiteiros ou telas nas janelas e portas. Se não for possível, a pessoa também pode jogar inseticida no quarto, aguardar o tempo de espera após a aplicação e, só depois, entrar para dormir. Repelentes de tomada também podem contribuir para afastar os mosquitos. Quando é inviável usar esses produtos ou dormir de janela fechada, por conta do calor, o produto deve ser colocado próximo à entrada de ar, como a janela ou ar, dificultando que o mosquito entre no quarto, preferindo outro ambiente.”

O Aedes tem hábitos diurnos, aparecendo com mais frequência no início da manhã e fim da tarde. Por isso, não ficar exposto nesses horários também contribui para evitar as picadas. Outra dica é não utilizar cosméticos com perfumes muito doces, para não atrair os insetos. “Os mosquitos identificam alguns cheiros parecidos com flores, com aromas mais doces. Por isso, também é melhor não passar perfume para dormir, pois esse ato pode atraí-los.”

Liraa
Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), mais da metade dos municípios mineiros encontra-se em alerta ou em risco de surto do Aedes. Apesar disso, segundo o infectologista Rodrigo Daniel, não é necessário deixar de frequentar essas cidades, principalmente se a pessoa já estiver vacinada contra a febre amarela. “Temos visto evidências da possibilidade de a febre amarela passar a ser urbana. Porém, o Liraa só mostra que naquela cidade existe o vetor, o que não quer dizer que existe a circulação do vírus dessas doenças. Independente disso, a população deve se prevenir. Mesmo que o Liraa seja zero em determinadas cidades, é preciso garantir que o índice permaneça assim. Por isso é necessário tirar dez minutos por semana para verificar os possíveis criadouros do Aedes, e quem ainda não se vacinou contra a febre amarela deve buscar a imunização.”

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