Mulheres fazem paralisação e mobilização nas ruas contra a violência e a perda de direitos

Juiz-foranas participarão novamente de mobilização internacional, que acontece no Dia Internacional da Mulher


Por Marcos Araújo

07/03/2018 às 07h00- Atualizada 07/03/2018 às 07h54

Imaginar um mundo sem as mulheres, despertando o olhar da sociedade para o papel fundamental que elas exercem na coletividade é uma das metas da Greve Internacional de Mulheres, marcada para esta quinta-feira, dia 8 de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher. Além de mostrar que seria impossível viver num mundo sem a força feminina, a mobilização endossa muitas outras pautas, como diferença de carga de trabalho entre homens e mulheres, igualdade salarial entre os gêneros e combate à violência contra a mulher. O movimento já ganhou a adesão de 50 países, onde elas irão parar suas atividades tanto no trabalho formal quanto no doméstico. O protesto é uma forma de denunciar a misoginia, xenofobia, lesbofobia, bifobia, transfobia e racismo, problemas que, em pleno século XXI, crescem em todos os lugares do planeta.

Laiz: “Chamado para mostrar que nossas visas importam” (Foto: Marcelo Ribeiro)

“O intuito é que as pessoas sintam a ausência das mulheres e percebam o quanto elas fazem falta na nossa sociedade, tanto do ponto de vista financeiro quanto do ponto de vista doméstico. Tomem a consciência do quanto as mulheres são importantes e, assim, pensar na questão da inferiorização da mulher”, ressalta Laiz Perrut, que faz parte do Coletivo Maria Maria e é uma das organizadoras da mobilização.

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Laiz lembra de um dos slogans utilizados pelo movimento: “Se nossas vidas não importam, que produzam sem nós”. Segundo ela, a frase chama a atenção também para a violência contra o sexo feminino que está, a cada dia, em níveis mais altos. “É preciso levar em consideração que as mulheres são tão importantes quanto os homens. Então é um chamado para mostrar que nossas vidas importam”, defende Laiz.

Adesão 

De acordo com a ativista Laiz Perrut, uma das organizadoras da greve das mulheres em Juiz de Fora, esse movimento foi realizado pela primeira vez no município em 2017. “Naquele ano foi só uma categoria profissional que parou, as técnicas-administrativas da UFJF. Este ano, a greve foi aprovada no Sintufejuf (Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora), com adesão das técnicas-administrativas da UFJF. As funcionárias da Amac (Associação Municipal de Apoio Comunitário) também irão aderir”, afirma Laiz, acrescentando que uma assembleia seria realizada na noite desta terça-feira (6) para definir sobre a adesão de professoras universitárias. Não foi possível para o movimento mensurar quantas mulheres irão aderir à paralisação na cidade.

Conquistas das mulheres incomodou conservadores

Na visão de Laiz, o mundo tem atravessado uma onda muito grande de conservadorismo e, no Brasil, isso se dá de uma forma muito acentuada. “Vimos, nos últimos anos, as mulheres atingirem muitas conquistas, e isso começou a incomodar os mais conservadores, os políticos mais conversadores, que partiram para cima do nosso movimento a fim de frear nossas conquistas, como a Lei do Feminicídio, a Lei Maria da Penha, a Lei das Empregadas Domésticas e várias outras conquistas ao longo do tempo que começaram a incomodar. O mundo sempre foi dos homens, e eles passaram a perceber o nosso protagonismo. Então é muito importante realizar essa greve e todas as outras iniciativas, ao longo do ano, com o objetivo de mostrar nosso poder”, enfatiza a ativista, ressaltando que, cada vez mais, mulheres jovens têm aderido às causas e à luta por seus direitos.

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