Março Amarelo é lançado nesta quinta em JF

Ação busca conscientizar mulheres sobre cirurgia capaz de reverter sintomas causados pela endometriose


Por Tribuna

07/03/2018 às 16h38- Atualizada 07/03/2018 às 21h39

O Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quinta-feira (8), vai reservar diversas ações na cidade, entre elas o lançamento nacional da Campanha de Esclarecimentos sobre a Endometriose, organizada pelo Instituto Crispi. A iniciativa visa a difundir informações sobre a doença, que age de forma silenciosa no organismo feminino e vem se tornando caso de saúde pública no país, especialmente em mulheres mais jovens. O lançamento acontece às 8h30, no centro de treinamento de cirurgias minimamente invasivas da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (Suprema), que foi inaugurado pelo Crispi em 2015, voltado para o ensino e compartilhamento de técnicas de cirurgia por laparoscopia. Nas atividades estão inclusas a realização de palestras, distribuição de folderes, equipes de saúde orientando a população em eventos e mutirões de cirurgias em várias cidades brasileiras, inclusive em Juiz de Fora.

Segundo o médico ginecologista, presidente do Instituto Crispi e coordenador da campanha, Claudio Crispi, a proposta é levar informações sobre a doença não só durante este mês, considerado como Março Amarelo, mas principalmente sobre o serviço oferecido no ambulatório de endometriose do Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ), que realiza mensalmente de 30 a 40 cirurgias em mulheres com a doença. “A endometriose atinge mulheres de 12 a 50 anos, e a única forma de tratamento é a cirurgia. Por meio dela, é possível reverter até 90% dos casos”, pontua.
Crispi ressalta que um dos grandes problemas da endometriose é a falta de informação e também a dificuldade no diagnóstico correto, pois nem sempre a ultrassonografia e os exames de sangue conseguem definir com clareza a presença da doença. Há casos, inclusive, que a endometriose é detectada depois de dez anos do seu surgimento no organismo, quando ela ataca outros órgãos além do sistema reprodutivo. Atualmente, o método mais eficaz é a ressonância nuclear magnética. Entre os sintomas mais comuns da endometriose estão a ocorrência de dores na região pélvica e a infertilidade. Inclusive, estima-se que metade dos casos de infertilidade em mulheres do mundo inteiro tenha natureza na endometriose.

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Como a doença se comporta no organismo?
O endométrio é um tecido que reveste internamente o útero e, quando estimulado pelos hormônios femininos, cresce mensalmente, preparando o útero para uma gravidez. De acordo com o ginecologista Claudio Crispi, quando não ocorre a fecundação, o mesmo é eliminado como menstruação. Por alguns motivos, como o refluxo da menstruação pelas trompas, diferenciação de tecidos embrionários adormecidos e propagação pela corrente sanguínea, este endométrio pode se localizar em outros órgãos, como as trompas, os ovários, o peritônio (que é a membrana que reveste o abdômen internamente), a bexiga, os intestinos, o fundo da vagina, etc.

Estes locais, que também são estimulados pelos hormônios femininos, acabam sofrendo pequenos sangramentos e causando intensa reação inflamatória local, o que explica a dor de grande intensidade. Quando não diagnosticada, a endometriose progride, intensificando a reação inflamatória e a dor. Ela pode invadir a bexiga, causando sintomas urinários, como cistites e sangue na urina, o intestino e o reto, causando sintomas intestinais no período menstrual. Toda essa reação inflamatória acarreta, também, na deformação dos órgãos do aparelho reprodutor, diminuindo a capacidade da mulher engravidar. A endometriose pode ocorrer, inclusive, com mulheres que fazem uso de métodos contraceptivos, bem como medicamentos.

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