Atraso em recarga de vale-transporte compromete serviços em creches municipais

Problemas ocorrem em unidades da Amac. Sinserpu aponta atraso nos repasses da PJF, mas Administração afirma ter feito as transferências mensais


Por Renato Salles

05/02/2019 às 19h32

As atividades das creches municipais mantidas pela Amac ficaram comprometidas nesta terça-feira (5) por conta de atrasos na recarga do cartão de vale-transporte, que resultaram na ausência de profissionais nas unidades. Diante de relatos de pais e responsáveis nas redes sociais, a informação foi confirmada à reportagem pelo presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu), Amarildo Romanazzi.

Segundo o sindicalista, o problema se dá pelo atraso de repasses pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) à Amac, o que estaria dificultando o cumprimento de compromissos por parte da entidade. O argumento foi rebatido pela Secretaria de Educação, que, por meio de nota, afirmou que realiza as transferências mensalmente. A Tribuna tentou contato com a direção da associação, mas, até a edição deste texto, não havia obtido retorno.

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O presidente do Sinserpu afirmou que, diante da falta de recarga dos cartões, o próprio sindicato orientou os profissionais a permanecem em suas casa. “No mês passado, a Amac já havia atrasado o pagamento dos salários que, ao invés de ocorrer no quinto dia útil, aconteceu apenas no dia 18. Agora, os trabalhadores retornaram às atividades sem a recarga dos cartões. Então, orientamos que ficassem em casa. Sabemos que isto traz transtorno. Mas a culpa é do Município, que atrasou os repasses. E quem paga é a sociedade. A culpa não é dos profissionais, uma vez que, infelizmente, eles não têm condições de ir trabalhar sem a recarga”, considerou.

Por outro lado, a Secretaria de Educação disse que “conforme parceria firmada com a Associação Municipal de Apoio Comunitário (Amac), através do Termo de Colaboração, para atendimento de crianças nas creches, a Prefeitura de Juiz de Fora realiza mensalmente o repasse financeiro. A utilização do recurso recebido é definido pela Associação, levando em consideração as necessidades do atendimento educacional firmado na parceria. Sendo assim, a recarga do cartão de vale-transporte de seus funcionários é de responsabilidade da AMAC”, afirma a nota encaminhada à reportagem.

Ainda segundo o Sinserpu, até o início da noite desta terça-feira (5), a situação ainda não havia sido equacionada. Assim, a expectativa é de que os problemas voltem a ocorrer nesta quarta-feira. “Pode até aumentar o número de profissionais ausentes, uma vez que alguns ainda conseguiram usar valores residuais em seus cartões”, avaliou Amarildo. De acordo com o sindicalista, os atrasos podem comprometer os trabalhos de cerca de 800 profissionais que atuam em creches e curumins da cidade mantidos pela Amac.

Há um mês

E matéria publicada pela Tribuna no dia 9 de janeiro, o superintendente da Amac, Alexandre Oliveira Andrade, afirmou que a incidência no atraso de repasses por parte do Município trazia problemas para a gestão de pessoal, antecipando, até mesmo, a possibilidade de a entidade não efetuar a recarga dos cartões de vale-transporte. “Nós teríamos que receber o recurso na segunda (7 de janeiro) para fazer o pagamento na terça (8), o que não ocorreu. Administrativamente, esta situação é terrível, porque pode vir até mesmo a causar a interrupção do serviço. Não teremos como depositar o vale-transporte, tudo isso gera uma insatisfação muito forte nos trabalhadores e dificuldades para suas famílias”, disse, na ocasião.

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Tópicos: educação

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