Protesto cobra júri popular para condutor


Por Marcos Araújo

03/06/2016 às 20h14

Marcelo Ribeiro/03-06-16

Familiares e amigos do casal Eduardo Afonso da Silva Vieira, 31 anos, e Vanessa Venazoni, 33, mortos numa batida de moto na Avenida Brasil, tomaram o Calçadão da Rua Halfeld, na noite desta sexta (3), como forma de conscientizar a população de Juiz de Fora sobre os perigos da combinação bebida alcoólica e direção. Com a foto do casal estampada nas camisas e empunhando faixas e cartazes, o grupo também queria chamar a atenção das autoridades para que ocorrências trágicas envolvendo acidentes não fiquem na impunidade. “Queremos que este caso vá a júri popular, para que seja feita justiça. Vanessa e Eduardo tinham uma vida em família pela frente, e este curso natural foi interrompido por esta tragédia”, lamentou Vânia Venazoni, irmã de Vanessa.

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O grupo caminhou do Calçadão até a porta do Fórum Benjamin Colucci, onde entoou palavras de justiça. Em uma das faixas estava sintetizado o objetivo dos participantes: “Imprudência não é acidente é crime. Queremos Justiça, não foi acidente.” Emocionada, a tia de Eduardo, Nazaret Delgado desabafou: “Nada que fizermos vai aliviar a dor.
Estamos aqui para ajudar outras pessoas. O autor deste crime está preso, e isso ameniza um pouco, mas ainda dói muito. Que nosso ato sirva para conscientizar as pessoas, para que tenham mais responsabilidade no trânsito.”

Eduardo e Vanessa morreram quando transitavam de moto e foram atingidos por um veículo Volkswagen UP, na Avenida Brasil, na altura do Tupynambás, no Poço Rico, em 14 de maio. Depois da colisão, o motorista do UP, de 34 anos, deixou o carro no local e fugiu sem prestar o socorro. A viatura da PM chegou e acionou o Samu, que constatou o óbito de Eduardo. O corpo de Vanessa foi encontrado nas águas do Rio Paraibuna quase 60 horas após a batida.

Na última segunda-feira, dia 30, o motorista do UP foi preso pela Polícia Civil e será indiciado pelo crime de homicídio doloso, aquele no qual o agente assume o risco de matar. Provas testemunhais apontaram que o suspeito estava sob efeito de bebida alcoólica no momento do acidente. O laudo pericial do acidente mostrou que o UP trafegava na contramão e acima da velocidade permitida naquele trecho.

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