Vacina aliada à contaminação reforça imunidade, aponta pesquisa

Resultado foi apresentado nesta quinta-feira na versão on-line da revista Science Immunology


Por Agência Estado

28/01/2022 às 10h43

Pessoas infectadas naturalmente pelo Sars-CoV-2 e vacinadas contra o vírus apresentam imunidade reforçada e mais duradoura contra a Covid-19. As conclusões estão em um estudo da Universidade do Oregon, nos EUA, publicado nesta quinta-feira (27) na versão on-line da revista Science Immunology. De acordo com a pesquisa, a quantidade de anticorpos no sangue de pessoas que foram infectadas e vacinadas é até dez vezes maior na comparação com as só vacinadas.

Os pesquisadores analisaram a resposta imunológica de 104 pessoas que estavam vacinadas contra a Covid-19. Elas foram divididas em três grupos. O primeiro tinha 42 vacinados sem contágio prévio. O segundo era formado por 31 pessoas que receberam imunizante após uma infecção pela doença. Outros 31 foram infectados depois da vacinação.

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Em seguida, os cientistas coletaram sangue dos participantes. As amostras foram expostas em laboratório a três variantes do Sars-CoV-2. As cepas escolhidas foram a Alfa (B.1.1.7), Beta (B 1.351) e Delta (B.1.617.2). A Ômicron não foi testada. “A imunidade gerada apenas pela infecção natural é muito variável. Algumas pessoas produzem uma resposta mais forte, outras não”, explicou um dos coautores do estudo – Marcel Curlin, professor de doenças infecciosas na Escola de Medicina da Universidade do Oregon. “Mas a vacinação combinada à imunidade pela infecção quase sempre oferece resposta robusta.”

Os resultados mostraram que os dois grupos com “imunidade híbrida” (vacinados e infectados), independentemente da ordem, geraram os maiores níveis de anticorpos em comparação ao grupo que apenas recebeu a vacina. O estudo foi feito antes do surgimento da variante Ômicron. Ela vem se disseminando em uma velocidade inédita. Mas os pesquisadores acreditam que as respostas imunológicas híbridas devem ser igualmente robustas com a nova variante que é altamente contagiosa.

“A possibilidade de nos infectarmos agora é alta porque há muito vírus ao nosso redor neste momento”, afirmou outro coautor do estudo – Fikadu Tafesse, professor assistente de microbiologia molecular e imunologia. “O melhor que podemos fazer agora é tomar a vacina o quanto antes. Então, se o vírus vier, teremos um caso leve da doença e ficaremos com uma superimunidade.”

Como boa parte da população mundial já está vacinada e a nova variante é extremamente contagiosa muitos pesquisadores acreditam que a pandemia pode estar próxima do fim. “A essa altura, muitas pessoas já vacinadas devem pegar a doença e alcançar a imunidade híbrida”, disse o coautor Bill Messer, também professor de Medicina. “Com o passar do tempo, o vírus terá de enfrentar uma humanidade com uma imunidade cada vez mais robusta.”

Endemia

Neste ponto, acreditam aos autores, a doença tende a se tornar endêmica. Cientistas ressaltam que, embora as conclusões reforcem as de estudos anteriores, a amostra usada foi pequena, o contágio ocorreu em laboratório, e a Ômicron não foi testada. Por isso, dizem, a vacinação continua imprescindível.

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