Veja como levar equilíbrio e boas energias ao ambiente

Veja como o feng shui e a geobiologia podem favorecer o equilíbrio e o bem-estar em casa


Por Bárbara Riolino

01/07/2018 às 07h00

Sala montada seguindo orientações do feng shui, elaborada por Aline Mendes, em parceria com o arquiteto Nilton Montarroyos (Foto: Divulgação)

Os espaços influenciam, e muito, no bem-estar. Ciências como o feng shui e a geobiologia são ótimas aliadas na hora de pensar projetos de interior ou adaptar o ambiente em busca de mais conforto e produtividade. O feng shui estuda os efeitos das energias do ambiente – natural e construído – sobre as pessoas e sua saúde, seus relacionamentos, sua prosperidade. A geobiologia (biologia da terra ou ciência do hábitat) busca entender a relação entre as energias da terra (geo) e a vida dos seres vivos que a habitam (bio).
Segundo a arquiteta e mestre em feng shui, Aline Mendes, a ciência visa ajustar os ambientes para que nos posicionar corretamente dentro deles, beneficiando o fluxo das energias geradas pelo universo, pelo planeta e pelas construções. Para isso, é possível lançar mão de duas vertentes que tornam a ciência mais popular: a do Chapéu Negro e a do Tradicional Chinês, por meio do método das Estrelas Voadoras.

A primeira, mais popular em revistas e livros, propõe dividir a casa em oito direções a partir da porta de entrada, com tipos de energias fixas em cada direção. Já na das Estrelas Voadoras, mais complexa e detalhada, cada imóvel tem um mapa particular de energias, definido a partir da sua data de construção e orientação em relação ao Norte Magnético.

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Fonte de cristais ou de água ajudam a ativar a riqueza se colocada em local determinado pelo cálculo do feng shui (Foto: Divulgação)

Na aplicação tradicional, conforme Aline, a harmonização é obtida por meio da distribuição do mobiliário e pela escolha de cores, formas e materiais mais adequados para a construção. “Quando não estiver ao nosso alcance planejar nossa casa desde o início com base no feng shui, podemos intervir naquilo que está ao nosso alcance, modificando móveis, cores das paredes, tapetes, cortinas, quadros e outros objetos decorativos.”

Aline destaca que alguns elementos são bem-vindos, como uso de fontes de água e cristais naturais para ativar a riqueza, cujo posicionamento deve ser determinado pelo mapa calculado do imóvel. “De maneira geral, recomenda-se o uso de um cristal específico, a turmalina negra, próxima à porta de entrada. Essa pedra absorve energias negativas, sem a necessidade de passar por limpezas energéticas. Quando a carga absorvida é muito forte, a turmalina negra se rompe, cortando a negatividade”, aponta.
Quando se está no início do processo construtivo, o feng shui permite criar os ambientes para que tragam o máximo de benefício. “Podemos eleger o melhor bairro, o melhor terreno, definir a implantação de uma construção, a posição de cada cômodo, o fluxo das circulações e o local ideal da porta de acesso”, explica.

Para o feng shui, deve haver uma cabeceira entre a cama e a parede do quarto, feita em estrutura sólida, de madeira ou tecido estofado (Foto: Divulgação)

Influências no solo

Do ponto de vista da geobiologia, é importante verificar até mesmo a posição do imóvel no terreno, para obter equilíbrio. “O profissional avalia a posição do sol, a ventilação, barulhos da vizinhança, qualidade dos materiais da edificação e o quanto a arquitetura do local pode ser agradável. Quando o trabalho é feito ainda na compra de um terreno, para futura construção de uma casa, os resultados são ainda mais impactantes na qualidade de vida dos moradores, pois é possível interferir positivamente no projeto arquitetônico”, aponta o geobiólogo Sandro Marinho. Ele acrescenta que a geobiologia ajuda a identificar e a corrigir possíveis problemas na habitação, para que os mesmos não interfiram na saúde ou na capacidade produtiva e intelectual dos moradores. Para isso, são considerados os seguintes fatores: qualidade interna do ar, umidade, temperatura, som, iluminação, radioatividade, magnetismo natural, eletromagnetismo, proporções harmônicas, ergonomia, materiais de construção, perturbações geobiológicas (relações diretas entre o planeta e os seres humanos), psicologia do ambiente e biofilia.

“A geobiologia acredita que as águas subterrâneas e as falhas geológicas geram influência na superfície que repercute verticalmente, levando a um desequilíbrio metabólico que pode ser expresso, ao longo do tempo, por diversos sintomas. Por isso, evite colocar sobre estes pontos camas e mesas de escritório, macas de terapia ou qualquer outro móvel que seja utilizado por mais de duas horas diárias”, recomenda Sandro.

Sobre o campo magnético terrestre – composto de linhas de força que possuem alto padrão vibracional e que cortam o planeta nas direções dos pontos cardeais – o geobiólogo orienta manter distância de aproximadamente dois metros uma da outra. “O cruzamento destas linhas é igualmente danoso para o corpo vivo, principalmente para as células, e deve ser identificado e evitado.”

Melhorias físicas e mentais

Geobiólogo utiliza bússola e aparelhos para medir campos elétricos e ruídos dentro dos ambientes, como o decibelímetro (Foto: Olavo Prazeres)

Depois de fazer pequenas alterações em alguns elementos dentro de seu ambiente de trabalho, sugeridas pelo geobiólogo Sandro Marinho, a terapeuta e professora de yoga Viviane Mendes sentiu mudanças significativas no espaço. Por passar boa parte do dia por lá, ela percebeu que com a abertura das janelas entre o seu consultório e a sala de yoga, mais ar passou a circular. “Antes eu tinha a sensação de estar sufocada, e isso me deixava irritada. Não conseguia passar muitas horas lá dentro. Outras mudanças feitas foram o fechamento de uma porta, que deixou o espaço mais homogêneo, e a pintura na cor laranja em uma parede na sala de yoga. Meus alunos relatam que se sentem mais alegres e confortáveis.”

Marinho explica que a geobiologia foca em proporcionar essas sensações em locais de longa permanência. Outro exemplo são os quartos de dormir. O descanso de qualidade, para a ciência, é a forma de manter o equilíbrio. Assim, para atingir esses objetivos, ele orienta o uso de blackout total na janela e a eliminação de aparelhos elétricos e roupa de cama de algodão ou seda. Esses cuidados favorecem a qualidade do sono, diminuição do stress, mais rendimento pessoal e profissional e ânimo.
Já ao aplicar o feng shui em casa, é possível recuperar e manter a saúde física, emocional e espiritual, bem como harmonizar relacionamentos, prevenindo problemas legais como brigas e até mesmo roubos, trazer prosperidade e ainda melhorar o comportamento de crianças e adolescentes. Além disso, segundo a arquiteta, o feng shui colabora para a solução de distúrbios do sono, estresse e depressão.

Compreendendo o ambiente

FENG SHUI

– A ciência preza pelo fluxo suave de energia (qi), sem bloqueios ou excessos por todos os cômodos do imóvel

– Deve haver equilíbrio entre a energia yang-dinâmica (cômodos mais sociais da casa, como a sala e a cozinha) e a energia yin-passiva (cômodos mais íntimos da casa, como quartos e banheiros)

Fluxo do qi, organização e disposição dos móveis

– Deve-se abrir as janelas de todos os cômodos durante algumas horas por dia, de preferência pela manhã, para permitir a renovação do ar e o equilíbrio entre as energias yin, da noite, e yang, do dia

– A manutenção da casa deve estar em dia, por isso, nada de portas rangendo, maçanetas emperradas, torneiras pingando, relógios quebrados, paredes com infiltração etc. Isto traz estagnação ao ambiente e à vida dos moradores

– Evite posicionar sofás e mesas de trabalho de costas para a porta de entrada do cômodo. O ideal é poder ver a entrada quando estiver sentado

– Não permaneça muito tempo sob vigas aparentes no teto, ou sob prateleiras e estantes suspensas. Elas causam uma compressão do qi e podem desencadear dores de cabeça e outros problemas de saúde

– No quarto, atenção à cabeceira da cama. Deve haver uma estrutura sólida, de madeira ou tecido estofado, e a mesma deve ficar encostada em uma parede fechada, sem janelas ou tubulações de água ou esgoto passando por dentro

– Ambientes mais yang-dinâmicos, como sala, escritório e cozinha, devem possuir áreas mais livres, com poucos móveis e bastante área de circulação entre eles. As cores nestes cômodos podem ser mais fortes

– Ambientes mais yin-passivos, como quartos de dormir, podem ter móveis grandes e sólidos, que favorecem o descanso. Nestes cômodos, usar cores suaves, pastéis

– O banheiro é um local de perda energética nos imóveis, por isso, a porta deve ficar sempre fechada. Dê preferência a cores claras e vivas, como branco, amarelo e verde-claro. Se houver iluminação natural, as plantas são bem-vindas. Mantenha os ralos sempre fechados quando não estiverem em uso, evitando assim o escoamento do qi.

GEOBIOLOGIA

Parede ganhou a cor laranja, que estimula o dinamismo e a atenção (Foto: Divulgaçaõ)

– A decoração equilibrada está ligada à capacidade de percepção e ao bom senso. O equilíbrio de cores, formas, posição dos objetos e mesas de trabalho é de grande importância na saúde psíquica e no bem-estar das relações dentro de qualquer espaço construído

– Tudo em excesso é prejudicial, por isso evite o uso de obras de arte abstratas, principalmente esculturas ou pinturas com formas pontiagudas, a não ser que explicitamente solicitadas por um consultor de geobiologia ou feng shui

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Atenção aos quartos

– Use blackout total na janela para dormir, pois ajuda na produção de melatonina, que faz a pessoa descansar

– Elimine aparelhos elétricos ligados ou mesmo conectados nas tomadas durante o sono

– Wi-fi e roteadores devem ficar em locais de baixa permanência, o que não é o caso do quarto de dormir

– Celulares somente no modo avião e desconectados das tomadas, pois a frequência dos mesmos ligados é muito alta e diferente da frequência do cérebro quando dormirmos, que é muito baixa

– Utilize colchões sem molas e roupas de cama e de dormir de algodão ou seda

Em toda a casa

– Não use elementos que possuem materiais químicos fortes, como carpetes, cortinas, papéis de parede com colas de cheiro forte, mesas envernizadas, colchões e estofados com espumas sintéticas, tintas compostas por metais pesados, maçanetas com cromo, materiais de limpeza não naturais ou a água potável de baixa qualidade

Cores e efeitos polarizados

– Vermelho
Use quando quiser incentivar uma dinâmica maior em algum lugar, mas preste atenção para mudar de cor quando os ânimos naquele local começarem a se exaltar

– Tons azuis
Tendem a acalmar um local, utilize-os quando necessário, porém fique atento para mudar de cor assim que a inação começar a tomar conta das pessoas

– Amarelo e terra
Estimulam a estabilidade, criatividade e a concentração

– Tons de laranja
Estimulam o dinamismo, pois é uma mistura que encontra a vitalidade do vermelho com o equilíbrio do amarelo. Deve ser utilizado em áreas onde as atividades exijam muita atenção e respostas rápidas às solicitações externas;

– Tons verdes
Favorecem o crescimento equilibrado e a manutenção dos ciclos

– Tons escuros e negros
Devem ser evitados a não ser para ambientes específicos e técnicos

– Branco
É neutro, uma vez que provê todas as tonalidades, e o ambiente utilizará aquela que ele necessita

Fontes: Aline Mendes, arquiteta e mestre em feng shui; Sandro Marinho, geobiólogo

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