Crianças precisam de ajuda para ir às Paralimpíadas
Em julho, um arraiá foi realizado pelo Instituto Aviva com o objetivo de levar os atendidos aos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Cerca de dois meses depois, o sonho será realizado. No próximo sábado (10), crianças, adolescentes, familiares acompanhantes e voluntários, partirão para a cidade maravilhosa acompanhar a competição de futebol de 7, no Complexo Esportivo de Deodoro. A viagem só foi possível com a quantia arrecadada durante a Festa Julina. Dos cerca de R$ 7 mil que entraram no caixa, aproximadamente R$ 2 mil foram destinados à compra dos ingressos e outros R$ 4.400,00 para a locação de dois ônibus. “O transporte acabou ficando bem caro. Mas conseguimos comprar 80 ingressos. Cada criança poderá levar um acompanhante”, explica a idealizadora do Aviva, Ana Paula Carvalho.
Enquanto a expectativa é positiva entre os participantes do projeto, jovens do Bairro Caiçaras III, na Cidade Alta, embora já com o valor dos ingressos assegurado, ainda encontram-se apreensivos quanto à ida a uma das maiores competições esportivas do planeta. Assim como no Aviva, o maior custo concentra-se no transporte, ainda não subsidiado. A ida dos jovens é idealizada pela educadora social Bruna Rocha, que há anos desenvolve trabalhos junto a crianças e adolescentes da comunidade. “O objetivo é levar cerca de 46 pessoas, entre jovens e acompanhantes, ou no dia 11 ou no dia 18 de setembro. São todos do bairro, que vivem em áreas de exclusão, com alto índice de vulnerabilidade social”. Segundo orçamento levantado pela organizadora, a locação do ônibus sairia em torno de R$ 2 mil. “Conseguimos arrecadar cerca de R$ 500, que praticamente paga todas as entradas. No entanto, o transporte é nossa maior dificuldade, devido ao preço e ao curto tempo para levantamento da quantia”, explica.
Nos últimos dias, tanto atendidos do Aviva quanto jovens do Caiçaras III participaram de um “esquenta” para os Jogos, durante visitas aos treinamentos das delegações na UFJF. No último sábado, o encontro semanal do grupo de apoio a crianças com deficiências foi realizado na Faefid, dia em que paratletas do Canadá desenvolviam atividades no local. “Foi uma experiência muito bacana e esperamos que no Rio seja ainda melhor”, almeja Ana Paula. “A viagem em si já vai ser diferente para as crianças. Poder ver uma competição internacional então, será algo fantástico para elas e para os pais, que verão que existe outras formas de vida e de independência para seus filhos”, explica.
“Fizemos um cadastro de jovens que vivem no entorno do Caiçaras III, principalmente da região conhecida como Portelinha. O objetivo é tirá-los por um dia dessa situação, apresentando-os outro lugar, outros caminhos, em que eles podem se espelhar em pessoas que são exemplos de superação e luta, de forma a estimulá-los a ultrapassar o preconceito, a discriminação e a falta de oportunidades. A visita de alguns à universidade, durante os treinamentos, já deu essa possibilidade”, diz Bruna.
Você pode fazer parte
Com custeio de ingressos e transporte assegurados, os integrantes do Aviva ainda buscam solucionar a questão da alimentação dos atendidos durante a viagem. “Devido ao tempo de ida, acompanhamento do jogos e volta, serão necessários cerca de três lanches para cada pessoa. Qualquer doação de alimentos, de preferência embalados, além de sucos em latas ou em caixinhas, é bem-vinda”, enfatiza Ana Paula. Os contatos podem ser feitos pelo site www.institutoaviva.com.br, pelo Facebook do projeto ou pelo telefone 9 (32) 8847-1273 (Ana Paula). A viagem será acompanhada pelo patrono do instituto, o hispânico Eugenio Sánchez Redondo, fundador do Aviva na Espanha.
Já interessados em contribuir para a ida dos jovens do Caiçaras podem entrar em contato diretamente com Bruna Rocha pelo telefone (32) 9177-3126 ou pela perfil da educadora social no Facebook. “A ideia é levar todos os presentes na lista previamente elaborada. Caso não seja possível, por questão de justiça e igualdade, não levaremos ninguém e toda a quantia arrecadada será devolvida aos doadores”. A alimentação, que também seria um problema, foi doada por um comerciante do bairro.
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