Veterinários dão dicas de como manter pets frescos e com saúde no verão

Cães e gatos também sofrem com temperaturas mais altas


Por Bárbara Riolino

18/02/2018 às 07h00- Atualizada 20/02/2018 às 11h58

Picolé de sache é uma das alternativas sugeridas pelas veterinárias para refrescar os felinos (Foto: Marcelo Ribeiro)

Quando está muito quente, a primeira coisa que fazemos é transpirar, e a segunda é reclamar. No caso dos animais, o incômodo pode ser percebido pelo seu comportamento e de forma silenciosa. Cães tendem a ficar mais ofegantes, enquanto gatos buscam locais mais frescos da casa para tentar amenizar o calor. Para tornar os dias de verão mais agradáveis, confira estratégias e produtos refrescantes que vão além da água geladinha.

A importância de estar atento ao comportamento dos animais ajuda a evitar problemas graves, inclusive a morte. Segundo o médico veterinário Vinicius de Carvalho Miranda, o calor em excesso pode levar o bichinho a desenvolver um quadro de insolação, tecnicamente conhecido como hipertermia. “Levar o pet para fazer atividades físicas em horários mais quentes do dia ou deixá-lo por muito tempo em um carro abafado ou privado de sombra e água fresca pode elevar sua temperatura corporal de forma dramática, a ponto de causar o óbito.”

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Ao contrário de nós, que controlamos a temperatura corporal pelo suor, os cães realizam esse processo por meio da respiração. Mas, conforme o veterinário, raças que possuem focinho curto, como bulldog, pug, boxer e shih tzu, podem ter mais dificuldade neste processo. “Por isso é muito importante levar em consideração a hora do dia para dar um passeio com eles. Escolhendo uma hora mais fresca, evita-se qualquer tipo de risco à saúde. Lembre-se de levar, sempre, água geladinha em uma garrafa pet ou em bebedouro portátil próprio para cães durante o passeio”, ressalta.

Os gatos, embora não demandem passeios ao ar livre, também apresentam algumas mudanças em seu comportamento durante o verão. Mesmo ficando em casa, em dias muito quentes, eles tendem a ficar mais quietos e procuram se abrigar em lugares mais frescos, como ficar debaixo de plantas, esparramados em pisos frios e, às vezes, elegem a pia do banheiro para relaxarem. “Uma boa estratégia é oferecer cubos de gelos e picolés de patê congelados, além de colocar água gelada em potinhos e espalhá-los pela casa”, destaca a médica veterinária Tamiris Lessa.

 

Para os cães, mercado pet oferece desde cerveja canina até picolés produzidos com ingredientes adequados a eles (Foto: Fernando Priamo)

Sentir calor não impede os felinos de curtirem os raios solares, mas o hábito precisa de atenção. “Gatos que tomam muito sol estão mais predispostos a ter um tipo de câncer de pele, o carcinoma de células escamosas. Ele ocorre, principalmente, com gatos de pele e pelos claros. Muitas vezes, eles ficam com a ponta do focinho sem pelos e avermelhadas, como queimaduras mesmo, e com as pontas das orelhas curvadas para trás. Para prevenir este problema, é necessário aplicar filtro solar nas áreas sem pelos. O filtro solar para pets está disponível em farmácias de manipulação veterinária”, aponta a médica veterinária Márcia Rezende.

O uso de filtro solar também é indicado para os cães, sobretudo os animais albinos, com tendência a desenvolver câncer de pele ou que já tenham apresentado a doença, além daqueles que passam, ou vão passar, um longo tempo exposto ao sol. “A aplicação também deve ser feita ao redor do focinho, da boca, na ponta das orelhas e em regiões onde há maior exposição da pele”, observa Vinicius. Ele destaca que as queimaduras de sol podem provocar muita coceira, além de desidratação e parasitismo, como pulgas, carrapatos, mosquitos e mosca. “É muito importante intensificar a proteção dos animais com coleiras, pipetas, xampus, comprimidos. Ao levar o animal para a praia, o tutor deve se atentar para a dirifilariose, popularmente conhecida como verme do coração. As alergias também são comuns devido a cloro, flores, fungos e pulgas. Como o período é de muitas precipitações, a leptospirose, transmitida pela urina dos ratos e disseminada pelas enxurradas e alagamentos, também pode ser um grande vilão em animais que não estão com a vacinação em dia”, alerta.

Banho e tosa

Em períodos de calor intenso, devem ser mantido banhos regulares nos cachorros, com a água em temperatura ambiente. O intervalo entre eles deve ser de uma semana, pelo menos. Nos gatos, os banhos devem acontecer se o animal foi acostumado a essa rotina. Em gatos que ficam muito estressados no banho, é indicado passar um pano úmido. Já aqueles que não se estressam tanto, o banho deve acontecer com água fresca. Cães de pelo longo devem ser tosados para se sentirem mais confortáveis. O mesmo vale para gatos mais peludos. Os gatos podem apresentar queda de pelos.

Normalmente essa mudança é sazonal, no início do inverno e no início do verão, porém, como no Brasil as estações não são bem definidas, a queda pode acontecer de forma constante. Por isso a escovação deve ser frequente para remover o excesso de pelos.

Alimentação

Picolés e refeições para adeptos da alimentação natural contam com ingredientes que só trazem benefícios aos animais (Foto: Fernando Priamo)

Em dias muito quentes, tanto os cães quanto os gatos tendem a comer menos. Tutores de cães devem umedecer a ração com produtos com esta finalidade, disponíveis no mercado, que estimulam o apetite do animal. Se for utilizar esse recurso, deve-se diminuir a quantidade de ração. Outra alternativa é a alimentação natural, com refeições formuladas por profissionais capacitados que aumentam o interesse dos animais. Para despertar o apetite dos gatos no verão, vale fazer cubos congelados de patê para gatos e fornecer sachês a eles todos os dias. Eles ajudam a aumentar a ingestão de água.

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Hidratação

Os tutores devem fazer a troca de água nos potinhos de três a quatro vezes por dia, para mantê-la sempre fresca. Vale colocar cubos de gelo na água. Outra dica é espalhar vários recipientes com água pela casa para que cães e gatos tenham mais oferta. Para os gatos, invista em fontes de água, um objeto que chama a sua atenção e faz com que eles bebam mais. Os gatos tem por hábito ingerir pouca quantidade de água, o que acaba formando um pequeno volume urinário diário, acarretando em futuras doenças relacionadas ao sistema urinário.

Os cães, por sua vez, contam com produtos que ajudam em sua hidratação, como picolé, sorvete, cerveja e vinho, formulados especialmente para eles. Outro recurso que ajuda na regulagem da temperatura corporal são caminhas e coletes gelados.

Cerveja canina é alternativa para refrescar os doguinhos (Foto: Fernando Priamo)

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