Aos mestres com carinho


Por Juliana Netto

17/10/2019 às 07h00

Em muitas situações, sobretudo no futebol, o termo professor acaba por ser banalizado. Mas, mesmo às vezes utilizado de forma errônea, nesta semana deles, não podemos esquecer a importância que os professores-treinadores exercem sobre seus liderados.

Lembro-me aqui, com carinho, do meu primeiro professor de Educação Física: o Tõe, como era popularmente conhecido na minha pequena Tabuleiro. Logo na 5ª série, ele descobriu em mim um talento para o vôlei e, somente recentemente, relembrando o passado, cheguei à conclusão de que ele talvez tenha sido a primeira pessoa a acreditar em meu potencial e passar a confiança de que uma jovem de 11 anos necessitava. Por “n” questões, incluindo o tamanho, o vôlei não se concretizou como profissão, embora minha relação com a modalidade dure até hoje. Além do apreço pelas quadras, ficaram também ensinamentos de um esporte que diz muito sobre dedicação, comprometimento, parceria e coletividade. Tudo em função daquele professor lá do passado.

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E assim é com diversos outros jovens. É através dos treinadores-professores que muitos valores são construídos. Deles vêm a base para a nossa formação esportiva, cidadã, humana.

Em algumas pautas que fiz, pude ver in loco a relação de confiança estabelecida entre comandante e comandados. De profissionais que arcam por conta própria com as despesas de suas equipes para um determinado campeonato; das broncas que muitos dão durante a execução errada durante alguma atividade (obviamente que o educar no esporte, tal como na vida, também exige rigidez e pulso forte em determinados momentos); de troca de abraços, que acalentam muitos jovens às vezes carentes deste tipo de afeto em casa.

E assim o papel dos mestres vai se notabilizando também no dia a dia do esporte. Em sala de aula, nas quadras, nas piscinas, nas pistas, etc. Nas escolas, escolinhas, clubes ou já em âmbito profissional. Professores. Treinadores. Professores-treinadores, como preferi usar. Independente do termo, não há como pensar a evolução de um atleta sem a lapidação de seus ensinadores. Parabéns, mestres!

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