Viva Ronaldo da Costa!


Por Juliana Netto

10/06/2020 às 21h25- Atualizada 10/06/2020 às 21h29

No último domingo, Bruno Kaehler assinou uma matéria aqui na Tribuna sobre os 50 anos de Ronaldo da Costa, completados justamente naquele 7 de junho. O maratonista de Descoberto, recordista mundial da Maratona de Berlim 98 e primeiro homem do planeta a correr 42km em um ritmo inferior a três minutos por quilômetro, com o tempo total de 2h06min05s.

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De uma época de outros dois Ronaldos – Nazário e Gaúcho – nosso Ronaldinho da Zona da Mata, também por não ser do popularíssimo futebol, não ostenta a mesma fama que seus xarás. Mas merece ser reverenciado sempre.

Pelo menos no nicho do atletismo, o corredor de riso fácil, também destaque em provas nacionais, como a São Silvestre, do tempo em que brasileiros competiam de igual para igual com africanos, é estrela.

Lembro-me de uma plateia cheia no Rio de Janeiro, um dia antes da Meia Maratona da cidade, há um ano, para ouvir as histórias de Ronaldinho em um stand montado na Expo Atleta. Lembro-me de também ser aclamado como ídolo mundial na Alemanha, em 2018, ano em que sua marca completara 20 anos, e uma série de homenagens serem-lhe oferecidas.

Por tudo que representou, o mineiro – com passagens por Juiz de Fora, inclusive pelo Ranking de Rústicas e pela Corrida da Fogueira – merecia ser um dos grandes ícones no rol de esportistas históricos daqui da cidade. Tal como Viviany Anderson, no próprio atletismo, Márcia Fu, do vôlei; Toledinho no futebol, que muitas vezes caem no esquecimento.

Impossível conversar com corredores, sobretudo o pessoal das “antigas”, da época de provas do nível “raiz” aqui na cidade, sem que Ronaldo da Costa não seja carinhosamente lembrado. O cinquentão das estrelinhas pós-chegada é unanimidade e, além das marcas, é referência pela simplicidade, pelo carisma e pelo jeito irreverente. Por ser um eterno menino.

Muito antes da pandemia, o descobertense já rifava itens de seu acervo pessoal, como a tocha olímpica da Rio 2016, conduzida em Bicas, para custear seus projetos. Agora, com o coronavírus e a paralisação dos eventos do qual participava, é obrigado a repetir a iniciativa.

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Diferentemente dos xarás milionários, o nosso vizinho não ostenta fama nacional, luxo e conta bancária avantajada. Leva uma vida modesta, longe dos holofotes e dos noticiários. Mas nem por isso deixa de ser lendário, tal como os outros. É ídolo e merece reconhecimento. Viva Ronaldinho!

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